Comércio de Ciudad del Este tenta se reinventar para superar a crise

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Foto: Robson Meireles

O setor comercial de Ciudad del Este, no Paraguai, busca se reinventar nesta época de retomada da economia local, especialmente após a reabertura da Ponte Internacional da Amizade, que une a cidade à Foz do Iguaçu, no Brasil. Após meses insistindo para a abertura da fronteira, empresários e trabalhadores tinham consciência das dificuldades a enfrentar. Entre elas, a alta do dólar, que baliza todos os negócios em um dos mais importantes centros comerciais da América Latina. 

Depois de muitos meses sem receber os compradores brasileiros, a retomada foi encarada com atenção, pois segundo os comerciantes, é impossível vislumbrar o mesmo movimento de outras épocas, pelo menos enquanto não houver uma vacina contra o coronavírus. O que chamam de situação sazonal, de altos e baixos, é o pior quadro a ser enfrentado pelo setor do comércio, porque deixa nebuloso o planejamento de importação. 

A reabertura da Ponte da Amizade inspirou um alívio, mas o que se viu no último final de semana, foi uma quantidade razoável de visitantes brasileiros relutantes em fazer compras. “Vimos que muitas pessoas passeavam com entusiasmo pelas ruas da cidade, perguntando sobre os produtos, se havia novidades, se estávamos operando com cartões de crédito, mas na hora de comprar, diziam que deixariam para mais tarde”, relatou um comerciante. 

Esse “mais tarde” pode ser no final do mês ou em dezembro, mais próximo das festas de final de ano. Os comerciantes não apostam na baixa da moeda nos próximos 45 dias, mas acreditam que os efeitos econômicos no Brasil, incentivem as compras de importados. 

Turismo de compras

Jorbel Griebeler, da Cellshop, disse que “sentiu um fluxo razoável, acreditando que as pessoas estão em ritmo de “pós pandemia” buscando sair de casa e se distrair um pouco. Com isso, ainda de acordo com ele, “a nossa fronteira é um excelente destino e o Paraguai uma ótima opção para compras dos brasileiros”. 

O empresário, pessoalmente não acredita em uma baixa da moeda norte-americana, mas que os preços no Brasil podem subir. Para ele, o que não está valendo a pena comprar hoje, em Ciudad del Este, será uma boa opção no máximo em 60 dias, ainda com a possibilidade de faltar muitos produtos no Brasil, o que sempre torna o Paraguai atraente em variados e muitos segmentos. 

Os comerciantes, num geral, avaliam que o fluxo de brasileiros já alcançou cerca de 40% se comparado aos tempos de normalidade, porém as vendas ainda não superaram a casa dos 25%. A maioria das lojas possuem estoques antigos, o que pode concorrer diretamente com os produtos brasileiros, pois muitos produtos ainda não foram atualizados em nosso país. 

“Já estamos recebendo muitas novidades tecnológicas, como é o caso do iPhone 12; produtos assim atraem um grande número de compradores”, destacou Jorbel. As promoções podem ser um atrativo para atrair a clientela e há vários comerciantes se mobilizando nesse sentido. 

“Toda a nossa loja está em promoção, por meio de liquidação de produtos, ofertas, com uma lista muito grande de itens vendidos abaixo do custo, pois foi uma forma que encontramos para de manter os compromissos, como o décimo terceiro. Mesmo se o dólar subir um pouco, não vamos repassar isso nos preços, nosso lema passou a ser “ganhar menos para vender mais”, disse o empresário Charif Hammoud, da loja Monalisa uma das mais tradicionais no mercado local. 

“Não podemos desistir de esperar um papai Noel gordinho; até mesmo as empresas que fornecem nossos produtos estão conscientes em nos ajudar, porque é a saída para a continuidade dos negócios”, frisou o empresário.

No ponto de vista estratégico, pela proximidade com os grandes centros brasileiros, Charif acredita Ciudad del Este pode se dar bem no final de ano, porque os turistas estão optando para destinos acessíveis e, para ele, “o Paraguai é um dos lugares mais baratos do mundo, para se viajar”. 

Por: GDia

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