A semana começou com a cotação do dólar em queda renovando a esperança do comércio de Ciudad del Este, no Paraguai. O setor tenta se recuperar de uma severa crise econômica. Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, na segunda metade de março, as cerca de 5 mil lojas e comércios viram as vendas caírem mais de 95%, resultando em fechamento de empresas de demissões de trabalhadores.
A queda do dólar, de acordo com especialistas em economia internacional, é motivada por dois diferentes fatores. Um político, a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump para presidente dos Estados Unidos e outro da saúde: os avanços no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19, infecção provocada pelo novo Coronavírus.
De acordo com o portal de Economia do UOL, no início da tarde de ontem (09), o dólar era negociado por R$ 5,36, com desvalorização de 0,61%. Pela manhã, a moeda dos EUA chegou próximo a R$ 5,30. Desde a reabertura da Ponte Internacional da Amizade, em 15 de outubro, o dólar estava cotado a aproximadamente R$ 6,00 no centro comercial de Ciudad del Este.
Uma recuada na cotação do dólar é tudo o que os comerciantes e vendedores de Ciudad del Este sonham, especialmente para as vendas de final de ano. Nos primeiros 20 dias após a reabertura da Ponte da Amizade, turistas e moradores de Foz do Iguaçu (Brasil) garantiram uma movimentação que há muito não se via no centro comercial.
Poucas compras
No entanto, apesar do ar de felicidade pela volta da movimentação, na hora das compras o preço alto falava mais alto com o cliente “deixando para depois”. O empresário Jorbel Griebeler, da Cellshop, confirma o entusiasmo com a volta dos compristas e reforça que Ciudad del Este é uma ótima opção para quem quer se distrair um pouco e fazer compras.
Mesmo que o dólar não caia tanto, Jorbel acredita que os preços no Brasil podem acabar subindo e os produtos comercializados no Paraguai se tornem mais atrativos até o final do ano. No geral, os comerciantes avaliam que o fluxo de brasileiros já alcançou cerca de 40% se comparado aos tempos de normalidade, porém as vendas não alcançam 30% do volume anterior.
Dificuldades
O empresário Juan Ramírez, da PC Tronic e membro da diretoria da Câmara de Comércio de Ciudad del Este, disse que sua perspectiva não é das melhores. “Nesse momento temos três grandes problemas – recuperação sanitária (confiança e volta a viajar dentro dos parâmetros normais) e recuperação econômica (fortalecimento do Real)”.
“Por último, o desabastecimento de mercadorias, as fábricas não estão conseguindo nivelar a produção versus o consumo”, listou. De acordo com Ramírez, “são estes os problemas mais sérios que encontramos”. Sobre a expectativa com relação ao final do ano, o empresário disse que, “particularmente” não acredita que isso aconteça, “dentro dos próximos de seis meses”, completou.
Por: GDia