O número de registro de óbitos por síndrome respiratória aguda (SRAG) aumentou 33% em Foz do Iguaçu desde o início da Covid-19 em março. O município registrou, no ano passado, 9 mortes por SRAG, sendo que de março a outubro deste ano já foram registradas 12 mortes pelo mesmo motivo.
Os dados foram divulgados pelo Portal “Transparência do Registro Civil”. No Paraná, foram 112 mortes por SRAG, em 2019, e este ano, o registro de óbitos foi de 295, ou seja, quase o triplo de casos registrados.
No Brasil, os casos de SRAG no ano passado totalizaram 1.316; já em 2020 o número aumentou para 14.591 mortes. A maioria dos óbitos é de homens, com idade acima de 50 anos.
Os sintomas da SRAG geralmente são febre de início súbito, acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia ou artralgia. A causa da SRAG pode ser por infecções de vírus ou bactérias, como o Influenza e a Covid-19.
Ainda de acordo com os dados do Portal, em Foz e no Paraná, as certidões de óbitos tendo como causas pneumonia e insuficiência respiratória são menores em 2020 e devem encerrar o ano em patamar próximo ao de 2019.
Uma possibilidade é que muitas mortes este ano podem ter sido registradas na certidão de óbito tendo o Covid-19 como causa, mas também apresentaram sintomas de SRAG e insuficiência respiratória.
Segundo Flávia Trench, médica infectologista e docente do curso de Medicina da UNILA, as causas para o aumento de SRAG em Foz e no Paraná precisam ser melhor avaliadas.
“Será que algumas destas mortes por SRAG não são, na verdade, coronavírus que vieram como exames ´falsos negativos’? A outra hipótese é que essas pessoas por medo de irem ao serviço de saúde e de se infectarem com o coronavírus, por exemplo numa sala de espera cheia, elas demoraram para buscar assistência, agravando desse modo seus sintomas”, avaliou.
A médica infectologista lembrou ainda que, por estarmos em período de pandemia e mais alertas a quaisquer tipos de sintomas gripais, as notificações de casos de SRAG podem ter aumentado justamente pela maior procura ao serviço público de saúde.
Por: GDia