M’Boy, o deus serpente da lenda Caingangue sobre a origem das Cataratas do Iguaçu, é quem dá nome a um jogo interativo que está sendo desenvolvido em parceria entre o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e a Universidade da Integração Latino-americana (Unila). O objetivo é disseminar o conhecimento sobre a história e algumas lendas que compõem parte da cultura de Foz do Iguaçu e região.
O game integra as ações do projeto de extensão JogArt – Laboratório de Interatividade em Jogos, Narrativa e Arte, excetuado através do Projeto Cadeia Produtiva em Transmídias, do PTI, além de docentes e alunos da Unila. Também contribuem com a iniciativa estudantes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
Idealizado como uma ferramenta imersiva, o jogo surgiu de um processo criativo coletivo que resultou nos primeiros rascunhos do que seria a tecnologia, conforme explicou a professora do curso de Cinema da Unila, Ester Marçal Fer.
“A partir das discussões do grupo multidisciplinar, manifestou-se o desejo de conectar o espaço físico com o virtual. Seguimos a lógica de uma narrativa que envolve as lendas tradicionais, mas criando espaço para que pudéssemos propor uma narrativa original”, detalhou.
A cooperação entre as instituições veio ao encontro das similaridades de atuação dos envolvidos, entre elas o desenvolvimento de pesquisas, o conhecimento científico e tecnológico e as múltiplas aplicações de elementos audiovisuais.
De acordo com Sylvia Braga, gerente do Projeto Cadeia Produtiva em Transmídias, a ação demonstra “a essência do nosso trabalho, que é promover o desenvolvimento de tecnologias, misturando projeção, iluminação, animação digital e sonorização em uma plataforma tecnológica acessível, que contenha um conteúdo relevante. Neste caso, utilizamos a história de Foz do Iguaçu”, pontuou.
Imersão e Informação
Para concretizar a convergência entre o mundo real e o virtual, serão utilizadas as estruturas físicas do PTI – iniciando a partida no Edifício das Águas, passando por pontos estratégicos que contarão com Códigos QR habilitados com informações e imagens de cada fase – finalizando no Centro de Tecnologia em Transmídias, com uma apresentação em video maping complementando a experiência.
Gabriel Gusttavo de Souza, aluno do curso de Cinema e um dos integrantes do projeto, comentou algumas funcionalidades. “O jogador irá entrar em camadas e atmosferas da história de Foz do Iguaçu, explorando traços do território como a arquitetura, por exemplo, o que possibilitará o prosseguimento da partida. É um jogo de descobrimento”, ponderou.
Em dezembro do ano passado, o protótipo do M’Boy passou por uma série de testes e até uma simulação do trajeto que será percorrido. Os habitantes do PTI puderam conhecer uma prévia do estará disponível e também esclarecer dúvidas com a equipe envolvida.
O jogo irá contar com elementos virtuais e físicos. Na imagem, parte da apresentação em video mapping exibida durante os testes, em dezembro do ano passado.
Lançamento
A previsão, é que o jogo seja lançado nos serviços de distribuição digital de aplicativos para smartphones até o mês de março, sendo disponibilizado nas versões compatíveis com os sistemas Android e IOS. Também está sendo planejada uma estratégia de utilização do jogo com acadêmicos que irão ingressar nos diversos cursos das universidades instaladas no PTI.
“Muitos desses universitários chegam de outras cidades, estados e até países. É importante que eles percebam como é rica a cultura do município que irão passar os próximos anos”, finalizou Sylvia.
Entre os pontos histórico-culturais que serão abordados no jogo estão a Ilha de Acaray, o Marco das Três Fronteiras, a Itaipu e as Cataratas.