Em 2020, 90 estudantes da UNILA graduaram-se durante o período da pandemia. Veja fotos!

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Geíza Sant'Anna - formatura

Mesmo com as aulas presenciais suspensas desde março deste ano por conta da Covid-19, a UNILA seguiu com algumas atividades acadêmicas. No segundo semestre de 2020, em caráter excepcional, houve a oferta de componentes curriculares da graduação, por meio do Ensino Remoto Emergencial. Ao longo do ano também houve, desde abril, a formatura de 90 estudantes, distribuídos em 15 cursos.

Grande parte dos discentes graduados foi do curso de Medicina, uma vez que os estudantes dessa área seguiram suas atividades no internato, em unidades de saúde de Foz do Iguaçu. Alguns, inclusive, colaram grau antes do tempo previsto, com base em medida provisória que permitiu a antecipação da formatura, para atuação dos recém-formados no combate à Covid-19.

Médicos na saúde pública

Entre esses novos médicos, está a paranaense Geíza Lemos Hein Sant’Anna, que se graduou em dezembro de 2020, em meio a uma pandemia e a uma demanda urgente de trabalho na área da saúde, no município de Foz do Iguaçu. Ela atuou, desde o início, na Telemedicina e no Plantão do Coronavírus, tanto no atendimento como na gestão das atividades. Diante de seis anos de desafios, a egressa destaca uma celebração compartilhada. “Formar-se na UNILA tem um senso de comunidade, de vitória na comunidade”, afirma Geíza.

Eliana Valdez – formatura

Esse senso também se reflete na escolha da egressa pela Medicina de Família e Comunidade, área na qual acredita que possa atuar de maneira “mais preventiva, mais longitudinal e integral”, opina. “Nossa formação é mais direcionada para as humanidades, para a questão da saúde pública. Então, dentro de um contexto de pandemia, percebo nos meus colegas um senso de comunidade. De certa forma, uma devolução pela formação em uma instituição pública”, complementa.

Geíza conta que durante a formação passou por estágio na Atenção Primária à Saúde (APS), na área de cirurgia, e também em projetos relacionados à educação médica. Atuou ainda no projeto de extensão “Eternizar-te”, no qual extraiu um novo olhar para sua atuação na Medicina, por meio da promoção de saúde baseada em metodologia ativa e técnica de Clown.

Eliana Valdez – em estágio Colégio Estadual Professor Mariano Camilo Paganoto

Esse projeto acompanhou toda sua trajetória acadêmica na UNILA, uma vez que fez parte do “Eternizar-te” durante seis anos. “Foi importante para a minha formação. Acho que a questão do contato com o paciente, a questão da comunicação com as pessoas, a comunicação não verbal, me ensinaram muito a me expressar como indivíduo, a poder ser melhor comunicadora, a entender o ser humano e a sua sensibilidade, e a olhar o outro”, relata.

Arte na Química

A arte também foi instrumento de ensino, comunicação e reflexão na trajetória acadêmica da paraguaia Eliana Valdez. Graduada em novembro deste ano em licenciatura de Química, ela realizou seu trabalho de conclusão de curso com enfoque na relação entre Química e Poesia – temas trabalhados em um dos seus estágios, no Colégio Estadual Professor Mariano Camilo Paganoto, no bairro Jardim Petrópolis.

Geíza Sant’Anna – no projeto de extensão Eternizar-te

“Foquei em um ensino interdisciplinar, conectando literatura, arte, questões da sociedade, meio ambiente e química, em uma atividade só”, relata a egressa, que procurou aproximar a Química do cotidiano dos estudantes. “Tenho muita consciência de que, como professora, tenho que lutar pra que o aluno seja reflexivo. Não quero só passar fórmulas no quadro”, pontua. Eliana também destaca, nesse processo de ensino e aprendizagem, a importância de recursos didáticos que permitam a comunicação e o espaço para dar voz aos estudantes.

“Eles têm que sentir que a opinião deles importa, que eles são importantes na sociedade e têm um papel muito importante. Essa comunicação em sala de aula é possível em atividades assim. Isso faz com que na sala de aula se tenha mais confiança, os estudantes se sentem mais à vontade, aparece a motivação de aprender mais, porque a gente lembra melhor das coisas quando a gente dá sentido a elas”, opina.

A prática e a teoria sobre o ensino estiveram presentes em toda a formação da egressa, na UNILA. Além de fazer estágios em escolas de Foz do Iguaçu, ela foi monitora, ajudando colegas no aprendizado de Química; integrou o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID); e ensinou alemão em um curso de extensão da Universidade. Ela também organizou Semanas Acadêmicas de Química, evento de TEDx e participou do projeto de extensão “Meninas da Ciência”, da UNILA. Foi uma trajetória de formação interdisciplinar, por meio da qual ela consegue, agora formada, conectar os diversos aprendizados, de cada experiência, como estudante da UNILA.

“Saio como uma pessoa muito mais consciente e reflexiva sobre as realidades que existem na América Latina e na Tríplice Fronteira. Fiz muitos amigos da América Latina e Caribe. Saio com uma língua a mais (o português). O curso de Química é muito bom, saio com muitas ferramentas didáticas e tecnológicas para o ensino de Química e que podem ser usadas em qualquer área. Agora que a gente tem ensino remoto, eu sinto que já estava preparada pra isso de muitas formas, porque também já conhecia aplicativos e muitas formas de dar aula envolvendo tecnologias”, relata a estudante. Agora ela leva essa bagagem na sua atuação como profissional. Eliana recebeu duas ofertas de emprego e, no momento, em plena pandemia, aceitou o trabalho como professora em uma escola bilíngue em Ciudad del Este, onde leciona Química, Física e Ciências, na modalidade remota.

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