Conforme a prefeitura, obras previstas foram adiadas porque o município não tinha dinheiro em caixa. Município deixou de receber R$ 91 milhões em arrecadações, como IPTU, ISS e taxas.
O baixo movimento de turistas em 2020 impactou a arrecadação de impostos em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A cidade é dependente economicamente do turismo, que foi prejudicado por causa do novo coronavírus.
Conforme a prefeitura, por causa da pandemia, o município deixou de receber mais de R$ 91 milhões em arrecadações, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto Sobre Serviços (ISS) e taxas em 2020.
De acordo com o diretor de gestão orçamentária de Foz do Iguaçu, Darley Finkler, 40% da arrecadação do ISS da cidade está ligada ao movimento de hotéis e atrativos turísticos.
“O turismo é a nossa principal mola propulsora da economia”, disse.
Em maio de 2020, no início da pandemia, a arrecadação de impostos diminuiu 61% em relação ao mesmo período de 2019.
Com a queda nas arrecadações, a prefeitura informou que precisou se reprogramar e adiar algumas obras por falta de dinheiro em caixa.
Conforme o município, se não fosse a pandemia, a prefeitura estaria com a construção de um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI), uma escola e um posto de saúde em andamento na região do Três Lagoas.
As obras atenderiam os novos moradores do Residencial Angatuba.
Entretanto, sem dinheiro, a prefeitura informou que postergou o início das construções para 2021.
O diretor de gestão orçamentária explicou que em 2020 o município direcionou os recursos para terminar as obras que já tinham começado.
“Apesar da gente economizar com o custeio em outras áreas, ainda assim a gente tinha que focar no enfrentamento da pandemia e também não paralisar nenhuma obra que já estava em andamento”, disse.
Retomada da economia
Após um ano difícil para a principal indústria de Foz do Iguaçu, representantes do turismo estão com boas expectativas para a retomada do setor.
No fim de 2020, a cidade teve a melhor arrecadação do ISS desde o começo da pandemia e isso foi impulsionado pela volta dos turistas.
Em dezembro, por exemplo, a queda da arrecadação foi de 10%, na comparação com o mesmo período de 2019. O percentual ainda é negativo, mas foi melhor do que o tombo de 61% em maio.
Conforme a agente de turismo Renata Guilhardi, a procura pelo destino turístico tem aumentado nos últimos meses.
“Depois que a maioria dos atrativos voltou a funcionar, estava vindo bastante gente das redondezas, mas agora a gente também recebe estrangeiros”, contou.
O gerente comercial de um hotel da cidade, Luciano Ferreira, disse que os lucros reduziram cerca de 50% em 2020. Por isso, a rede de hotéis comemorou o movimento de fim de ano.
“Um exemplo disso foi o próprio réveillon e Natal, que tivemos uma procura bastante interessante, um aumento alto de procura na cidade. A gente imagina que esse ano, com a vacina, seja bem melhor.”
Conforme uma pesquisa do Ministério do Turismo, Foz do Iguaçu está entre os destinos mais procurados do Brasil para a temporada de verão, que segue até março. A cidade fica atrás apenas de Natal (RN).
Por: G1 Oeste e Sudoeste