A segunda campanha de monitoramento da fauna da região da Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai e do acesso rodoviário à BR-277, será realizada nos meses de janeiro e fevereiro de 2021.
Na primeira campanha do programa, exigência do licenciamento ambiental do Ibama, foram registrados 1.858 animais de 179 espécies nos meses de julho e agosto de 2020, no entorno do marco brasileiro das 3 Fronteiras.
O maior número de registros é do grupo das aves, com 1.506 indivíduos de 109 espécies. Em relação as outras espécies foram 27 de mamíferos, 32 de peixes e 11 de répteis e anfíbios.
Dentre as espécies, 175 eram nativas da região e apenas 4 exóticas (fora de sua área de distribuição natural).
Destaca-se a presença de cuícas (Philander sp.), que tipicamente habitam locais de vegetação mais adensadas e copas de árvores devido seu hábito arborícola.
Também a presença da Uirapuru laranja (Pipra fasciicauda), ave comum em áreas com vegetação mais adensadas.
Com o uso de armadilha fotográfi ca a equipe obteve o registro de um Leopardus wiedii (Gato-maracajá), categorizada como Vulnerável (VU) devido ao risco elevado de extinção na natureza.
A perda e fragmentação de habitats naturais e a caça são as principais ameaças às populações de L. wiedii no Brasil (ICMBio, 2013).
Contexto
O Programa de Monitoramento da Fauna é exigência do processo de licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama, com base na IN nº146 (IBAMA, 2007), que traz regras gerais sobre a atividade e trata da expedição de autorizações para captura, coleta e transporte de fauna silvestre.
O diagnóstico ambiental realizado no EIA – Estudo de Impacto Ambiental feito antes do início das obras – fornece referências sobre as condições da fauna na região antes da instalação do empreendimento.
Os dados são comparados aos obtidos nas campanhas durante a execução das obras, permitindo analisar os impactos e fazer a previsão destes, tanto durante a fase de obras quanto na fase de operação da rodovia, e assim traçar estratégias de conservação da fauna e do ambiente no entorno.
Panorama
A estrutura, que vai unir Foz do Iguaçu e Presidente Franco, é executada pelo Consórcio Ponte Brasil Paraguai (Unica, MPV, RMG) com recursos da Itaipu Binacional e do Governo do Paraná (DER-PR).
Com informações do Boletim Informativo do DER-PR