O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) voltou a defender a alteração na proposta do governo federal, que prevê taxas de outorga nas praças de pedágio do Paraná. Segundo o deputado, com o novo modelo vai provocar prejuízo à economia estadual, sobretudo aos pequenos produtores.
A Assembleia Legislativa realizou a primeira série de audiências para debater o pedágio com a sociedade paranaense. Cascavel e Foz do Iguaçu realizaram os primeiros debates da frente parlamentar que avalia o encerramento dos atuais contratos e as novas concessões propostas pelo governo federal. As próximas serão em Londrina (quinta-feira, 11) e Cornélio Procópio (sexta-feira, 12).
“Vamos mobilizar a sociedade para que todos saibam que o pedágio é “a desgraça” econômica do Paraná e um dos principais entraves para o desenvolvimento do estado. Não queremos taxa de outorga. O que queremos é tarifa justa, com o maior volume de obras”, defende Romanelli.
Manifestações — Na região oeste, entidades, lideranças e organizações da sociedade civil se colocaram contra tarifas abusivas, com a elaboração de abaixo-assinados e manifestações públicas, por meio de carreatas e cartas encaminhadas ao presidente Jair Bolsonaro, onde apelam para que os paranaenses não sejam prejudicados por mais 30 anos com tarifas abusivas e novas praças de pedágio.
O Conselho Regional de Economia do Paraná, em nota, diz que é contrário ao projeto de concessão no chamado modelo híbrido, com menor tarifa de pedágio, seguido de maior valor de outorga. No documento encaminhado ao governador Ratinho Junior, o Corecon-PR defende a adoção do modelo de menor preço de tarifa.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Foz do Iguaçu também se manifestou em defesa da menor tarifa de pedágio. O presidente Neandro Lunardi disse que é possível apresentar medida judicial, caso o governo não ouça o apelo da população, que pede concessão pelo menor preço.
Norte — Quinta-feira e sexta-feira será a vez das regionais de Londrina e Cornélio Procópio, no norte do Estado, debaterem o assunto. A região tem três praças de pedágio exploradas pela Triunfo Econorte, que cobra as maiores tarifas do Estado e provoca prejuízos incalculáveis à indústria da região, sobretudo ao agronegócio.
Em Jataizinho, o valor da tarifa é de R$ 26,40. Em Jacarezinho, onde há duas praças consideradas irregulares, o valor cobrado é de R$ 24,40. Já em Sertaneja, o custo para trafegar pela rodovia é de R$ 22,70.
Romanelli lembra que pela nova proposta, além de manter essas três praças, o plano federal prevê a instalação de uma nova cobrança na PR-092, próximo a Quatiguá. O deputado observa ainda que a região é uma das principais produtoras de fruticultura do estado e os produtos oriundos de outras regiões do país também passam pelo Norte Pioneiro, em direção aos grandes centros consumidores e ao Porto de Paranaguá.
“Além de pagar tarifas com preços muito caros, os paranaenses ainda terão de conviver com mais uma praça na região, o que vai encarecer a produção e tornar a indústria paranaense menos competitiva. Ninguém aguenta mais esse abuso que são os pedágios no Paraná”, disse Romanelli.
Agenda — Em Londrina, a audiência acontece quinta-feira, 11, às 9 horas, no auditório da Sociedade Rural do Paraná, no Parque de Exposições Governador Ney Braga (av. Tiradentes, 6275). Já em Cornélio Procópio, o debate será sexta-feira, 12, no anfiteatro do Centro Cultural (rua Paraíba, 163).
Guarapuava (18/2), Francisco Beltrão (19/2), Maringá (25/2), Apucarana (26/2), Curitiba (4/3) e Ponta Grossa (5/3) também terão a oportunidade de participar das audiências públicas sobre o pedágio, que quer envolver todo o Paraná no debate quanto ao modelo de concessão das rodovias paranaenses proposto pelo governo federal.