Fabiano Vianna e Luiz Felipe Leprevost são os convidados da décima segunda edição de “Às vezes, aos domingos”, projeto mensal on-line idealizado por Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos com o objetivo dar visibilidade a autores paranaenses durante a pandemia. Em 2 de maio, Vianna e Leprevost vão se entrevistar, a partir das 17 horas, no Instagram @luizfelipeleprevost.
O bate-papo também prevê leituras de textos autorais, entre outras intervenções. Curitibano de 42 anos, Leprevost considera “Às vezes, aos domingos” uma iniciativa admirável. “Vejo que há espírito de coletividade, vontade de possibilitar diálogos em cruzamentos vários. Há um chamado para o encontro. As conversas que a partir desses encontros se registram, acredito que vão contribuir imensamente para literatura produzida em nosso tempo, no Paraná e no Brasil”, afirma o autor de uma dezena de títulos, entre os quais a novela Dias Nublados (Arte & Letra, 2015), a coletânea de contos Inverno dentro dos tímpanos (Kafka, 2008) e os poemas de O poeta queima voluntariamente (Arte & Letra, 2020).
Curitibano, Fabiano Vianna, 45 anos, aprecia “Às vezes, aos domingos” – principalmente – por não existir um mediador, ou entrevistador. “Gostei deste formato em que duas pessoas conversam livremente. Isso permite que a conversa acesse lugares desconhecidos, improváveis, inusitados. E se transforma em uma experiência singular também para quem assiste”, diz, acrescentando que é importante ter um espaço para escritores falarem de suas criações, “saber da cultura e dos criadores de nossa cidade – pessoas tão longe, ou tão perto, mas que não tínhamos ainda tido a oportunidade de ver [e ouvir]”.
Encontro de multiartistas
Luiz Felipe Leprevost considera-se, antes e mais que tudo, poeta, apesar, por exemplo, de ter entrado em cena em diversos palcos. Interpretou três personagens em Hamlet, montagem da Armazém Companhia de Teatro, com direção de Paulo de Moraes. Foram mais de 100 apresentações no Brasil – “A turnê pelo Nordeste guardo como uma das maiores alegrias da vida”. Em 2019 a peça foi encenada na China.
“O ator está tirando um período sabático. Já o poeta nunca deixou ou deixa de estar presente em qualquer coisa que eu tenha feito ou faça”, comenta Leprevost, também compositor e cantor – Eu sou uma dupla sertaneja é o título de um de seus álbuns.
Desde 2017 no Urban Sketchers Curitiba, o nome de Fabiano Vianna é, para alguns, associado ao desenho – e de fato ele é desenhista. Mas não apenas. “Sou um escritor que desenha. Ou um ilustrador que escreve”, define-se.
“Meu desenho sempre esteve atrelado às minhas histórias, pois eu lia muito quadrinhos”, conta o escritor-desenhista que, em algum momento do percurso, encantou-se ao descobrir os contos ilustrados e os grandes ilustradores de livros, como Poty Lazzarotto e Carybé, “que me influenciaram bastante”.
A exemplo de Valêncio Xavier, Fabiano Vianna diz procurar pensar palavras e imagens de maneira conjunta. “Que o desenho e o texto contenham detalhes diferentes e formem juntos o enredo”, completa.
O exemplo disso vai se materializar, em breve, com Quem costura quando Mirna costura, a sua estreia na literatura – obra que sai com o selo da Arte & Letra. “É um livro de contos, com histórias engendradas na linguagem que desenvolvi nos últimos tempos. A maioria versa sobre causos de fantasmas e espíritos. Outras sobre perdas e lembranças afetivas”, comenta.
Vianna escreveu e ilustrou os contos. “Assim como fazia Valêncio Xavier, ou a dupla Dalton/Poty, os desenhos participam das narrativas. Iluminam detalhes que, às vezes, não estão presentes nos textos. E vice-versa”, diz Vianna, que ainda ilustrou e diagramou a capa de Quem costura quando Mirna costura.
O projeto
Oscar Nakasato, Jaqueline Conte, Paulo Venturelli, Andréia Carvalho Gavita, Carlos Machado, Jô Bibas, Jonatan Silva, João Lucas Dusi, Marianna Camargo, Alvaro Posselt, Francine Cruz, Alexandre Gaioto, Roberto Nicolato, Etel Frota, Fábio Campana e Otto Leopoldo Winck são alguns dos autores que participaram de “Às vezes, aos domingos”, projeto idealizado e com curadoria de Guido Viaro e Marcio Renato dos Santos, também responsável pela assessoria de imprensa da proposta cultural.
Soma de Ideias, Tulipas Negras e Coalhada Artesanal Preciosa são as empresas apoiadoras da iniciativa que tem a finalidade de promover autores paranaenses.
Mais informações no Instagram @somadeideias e em tulipasnegraseditora.blogspot.com