Os estragos da Covid no setor de gastronomia e entretenimento; um terço da categoria sucumbiu

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Shopping Hauer de Curitiba é um dos locais que teve bares e restaurantes fechados (Foto: Arquivo/Pinterest)

Fábio Aguayo

A Abrabar, o SindiAbrabar e o Sindehotéis estão realizando um levantamento dos estabelecimentos do setor que fecharam as portas ou enfrentam dívidas altíssimas devido a suspensão das atividades por força de decretos restritivos na pandemia da Covid-19.

Só para os caros leitores terem uma idéia, em Curitiba, onde temos temos 27 municípios, perdemos até dezembro do ano passado, mais quatro mil empresas de gastronomia e entretenimento, de um universo de 54 segmentos do setor do turismo.

Nosso setor representa 37 atividades econômicas entre bares, restaurantes, lanchonetes, pizzarias, hamburguerias, casas de chá, cafeterias, cantinas, food trucks, tabacarias, casas de shows, empresas de eventos, buffet infantis, entre outros.

Se o leitor visitar nossos complexos gastronômicos, tipo Cadore ou Vila Urbana, vai perceber que mais da metade das lojas estão fechadas definitivamente. As galerias, centros comerciais e shoppings, que tinham de cinco, 10 até 15 casas da nossa categoria em média trabalhando, hoje estão com um terço em atividade.

As cantinas e lanchonetes dentro das universidades, estão totalmente fechadas porque não tem aula ou movimento. Nosso setor se encontra com um endividamento quase impagável, no qual as pessoas vão ter esperar de três a cinco anos para terem nome limpo ou crédito na praça.

Das empresas abertas em Curitiba antes da pandemia, que eram aproximadamente 14 mil, em dezembro de 2020 restavam em média 11 mil. Este número pode ser ainda mais alarmante, assim que fecharmos a atualização dos dados, incluindo a região metropolitana.

Por isso é importante neste momento de dificuldade contar com a sensibilidade dos prefeitos e secretários para permitir a reabertura dos setores da categoria. Muitos empreendedores não tem recursos para o acerto dos colaboradores e sequer para pagar os custos de uma baixa e fechar empresa.

Temos uma convenção coletiva moderna, com pisos diferenciados e termos aditivos que foram feitos antes e durante a pandemia, e graças a ela muitos empregos foram mantidos. Mas é bom frisar que, tanto o lado empresarial quanto o laboral e os autônomos, ficaram abandonados neste período.

Neste apelo, lutamos também pela liberação dos bares sem cozinha, mas que trabalham com aperitivos, uma vez que a situação está cada vez mais terrível para o nosso setor.

Como bem destacou o José Petri, presidente do Sindehotéis: “Nós somos os órfãos da Covid”. Precisamos urgente do braço amigo do poder público para sair desta buraco e voltarmos a gerar emprego e renda o quanto antes.

* Fábio Aguayo é presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar)

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