Entidades turísticas de Foz do Iguaçu se posicionam sobre a concessão do Parque Nacional do Iguaçu

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Paraná tem 55 mil hectares em Reservas Particulares de Patrimônio Natural
Foto: Divulgação Parque Nacional do Iguaçu

Principais questionamentos do trade são as contrapartidas e ingresso com valor único. Aumento na bilheteria pode chegar a mais de 600%

Depois de 20 anos, o Parque Nacional do Iguaçu passará por um novo processo de concessão. Em busca de esclarecimentos e adequações, entidades representativas do turismo da cidade e Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, protocolaram um documento junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio. No documento consta uma série de pedidos de esclarecimentos e alguns questionamentos que são apontados como de interesse geral do setor turístico de Foz do Iguaçu e região, assim como situações que envolvem os municípios lindeiros ao PNI.

O Ofício 339/21, foi assinado pelo Prefeito Municipal de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro; presidente da Câmara de Vereadores, Ney Patrício da Costa; Presidente do Conselho Municipal de Turismo – COMTUR, Yuri Benites; Presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – Codefoz, Felipe Gonzalez; e coloca em cheque o impacto para o setor de turismo da região e suas atividades indiretas.

O documento, entregue ao ICMBio durante Audiência Pública realizada na Câmara de Vereadores, na última quinta (20/05), questiona firmemente o item da minuta do contrato que especifica a cobrança de taxa única no valor do ingresso, podendo acrescer no custo do ingresso atualmente cobrado reajustes de até 605,89%, com a criação de um passe modelo único, extinguindo assim os modelos de Ingresso Passe Comunidade, Brasileiros, Mercosul e Estrangeiros, que atualmente são aplicados com distinção de valores, concedendo subsídios aos visitantes das regiões mais próximas.

A minuta do edital do novo processo prevê melhorias e até a implantação de um teleférico, investimentos estimados em mais de R$400 milhões, já nos primeiros 3 anos. Para as lideranças locais, o investimento é bem-vindo, mas é preciso mais participação da concessionária no âmbito local de decisões e investimento mais robusto em ações de promoção do Destino, para a atração de mais visitantes para a cidade, além de questionar que seja cumprida a obrigatoriedade de manter em funcionamento atrações que não tiveram continuidade, como a operação da visita às Cataratas em noites de lua cheia.

O ofício construído em conjunto, solicita esclarecimentos referente ao estudo de viabilidade realizado para que fosse sugerido uma taxa única de R$ 120,00 no valor do ingresso. Foram ressaltados apontamentos como o comprometimento da demanda estimada de visitantes para a própria unidade de conservação com o incremento agressivo no valor do ingresso; o impacto na composição do custo de pacotes turísticos vendidos por operadores e agentes de viagem; a perda do poder de compra causado pela pandemia nos mercados brasileiro e sul-americano que representam o maior volume de visitantes do Parque e, por fim, foi colocado que esse incremento pode dificultar a recuperação do setor turístico local uma vez que o destino é muito visitado por famílias que viajam a lazer e uma família geralmente é composta por mais de 4 pessoas, que buscam visitar a ampla diversidade de atratividade da nossa cidade e região e com esse aumento, certamente ficarão restritos a visitar menos atrações, podendo ocasionar uma drástica diminuição na distribuição de renda no município e seu entorno.

Felipe Gonzalez, que assina o documento pelo Codefoz, e que é também Presidente do Visit Iguassu, afirma que o momento é importante e exige atenção de todos os atores do turismo local. “Ao assumir essa concessão, a empresa terá a responsabilidade não só com um dos principais atrativos turísticos do Brasil, mas principalmente com uma comunidade do entorno e com o mais significativo setor econômico de Foz do Iguaçu.”

Paro Presidente do Fundo Iguaçu, Enio Eidt, a indústria do turismo em Foz do Iguaçu vem prosperado e precisa continuar assim. “Estamos numa busca constante de crescimento e a Gestão Integrada faz sua parte, mas precisamos que nosso Parque entre nesse projeto e proposito da cidade, designando um mínimo de 2% para fazer uma divulgação mundial. Nossa reivindicação é justa, é lista e, principalmente, passível de ser atendida”.

Yuri Benites, presidente do COMTUR, destacou a importância do PNI e o Polo Cataratas para o munícipio. “Queremos que esse novo plano de concessão seja um case para o Brasil. Um modelo de preservação da natureza e com uma melhor atração de visitantes para o Parque e obviamente para a cidade”.

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