Silva e Luna adota linha de austeridade e quer replicar modelo em toda Itaipu

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Diretor-geral está redirecionando e revisando normas para patrocínios e convênios da empresa

Há menos de um mês no cargo, o novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, já começou a pôr em prática o que considera sua missão: gerir bem Itaipu, melhorando o emprego do uso de recursos como uma ação de responsabilidade e de respeito ao consumidor que paga a conta da energia elétrica.

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O decreto que nomeou o general Silva e Luna na Diretoria Geral Brasileira foi assinado no dia 20 de fevereiro e publicado no Diário Oficial da União do dia seguinte. A posse aconteceu em 26 de fevereiro, na usina, em Foz do Iguaçu.

Nesta terça-feira (19), em Curitiba, ele reuniu o corpo gerencial da Diretoria Geral para anunciar o redirecionamento e a revisão das normas de patrocínio e convênios para garantir o melhor uso dos recursos. Também haverá uma revisão, já iniciada, de todos os programas desenvolvidos pela usina binacional, para se avaliar quais devem ser mantidos ou enxugados.

Além disso, o general Silva e Luna está estudando a devolução de funcionários de outros órgãos públicos que atuavam principalmente como requisitados.

O diretor-geral brasileiro optou por aproveitar a estrutura de pessoal já existente, por considerar que o quadro de Itaipu é preparado e já foi convocado a participar, em equipe, da missão a que se propôs, de tornar a empresa o mais criteriosa possível na gestão de seus recursos financeiros.

Do quadro da usina, o general vai aproveitar um empregado ou empregada para a função de secretário executivo. Juntamente com o chefe de gabinete, vai cuidar dos despachos em geral, para que o general possa cuidar dos assuntos mais estratégicos.
O diretor também anunciou que o escritório de Curitiba será mantido, mas numa estrutura mais enxuta.

Exemplo

Uma das reduções de custos já adotada vem de seu próprio exemplo: em vez de morar em Curitiba, o general Silva e Luna decidiu fixar residência em Foz do Iguaçu, onde está instalada a usina. Ali, também deverá residir grande parte do corpo gerencial da empresa, como superintendentes e assistentes da sua diretoria. Com isso, haverá redução de gastos com viagens e diárias e será formado um centro de comando capaz de se reunir a qualquer momento em que haja necessidade.

Outra medida foi o maior controle na utilização de veículos da empresa, restringindo seu uso estritamente às atividades de serviço. O general considera que a medida trará importante mensagem de austeridade, tanto para os usuários como para a população, que só verá carros de Itaipu a trabalho, e não em deslocamentos pessoais.

Duas pontes

Um dos focos do diretor-geral brasileiro de Itaipu é o investimento que a usina terá que fazer, nos próximos três anos, para atender ao acordo firmado entre os governos do Brasil e do Paraguai: bancar a construção de duas pontes, uma sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (PY); e outra sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta. A de Foz será construída pela margem brasileira de Itaipu e a do Mato Grosso do Sul pela margem paraguaia.

Juntas, essas duas pontes devem custar em torno de R$ 1 bilhão. “É um custo alto, mas será diluído ao longo do tempo, com orçamento bem feito”, diz o general Silva e Luna, que é favorável a esse investimento, por ser em obras estruturantes, e não em “coisas que no dia seguinte terminam e que ninguém consegue mensurar depois”. Só que, para que os gastos com as pontes não interfiram no custo de Itaipu, o diretor-geral brasileiro vê como saída a redução de gastos.

A construção da segunda ponte, entre Foz e Presidente Franco, também “exigirá austeridade em todos os gastos. Teremos que fazer escolhas”, diz o general Silva e Luna.

Royalties

O diretor-geral brasileiro de Itaipu lembra que, além de investimentos, a grande contribuição que Itaipu faz aos 16 municípios lindeiros ao reservatório (15 no Paraná e um no Mato Grosso do Sul) é o pagamento de royalties, vinculados à produção de energia. Uma mudança na legislação dos royalties, no ano passado, aumentou ainda mais a parcela que cabe aos municípios: antes, eles dividiam 45% do total, agora esta fatia subiu para 65%.

Itaipu paga royalties desde que começou a gerar energia, em 1985. Mas foi em 1991, com a Lei dos Royalties, que a distribuição passou a obedecer a critérios que beneficiaram mais os municípios lindeiros e o Estado do Paraná. No total, Itaipu pagou desde 1985 nada menos que 11 bilhões de dólares para o Brasil e o Paraguai. Desse valor, só os municípios lindeiros receberam 2 bilhões de dólares, enquanto o governo do Paraná recebeu outros 2 bilhões de dólares.

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