Fábio Campana, imortal!

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O jornalista e escritor Fábio Campana, falecido recentemente vítima da covid-19, já estava com a candidatura avançada para ingressar no Belvedere do Alto do São Francisco, localizado na Praça João Cândido, no Largo da Ordem, sede da Academia Paranaense de Letras, em Curitiba.

A informação foi divulgada pelo presidente da Academia Paranaense de Letras, advogado e publicitário Ernani Buchmann, durante live comemorativa aos 20 anos de fundação da instituição literária regional da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão, no centro-oeste do Estado (Comcam).

O advogado e poeta Gilmar Cardoso, membro fundador da Cadeira nº 01 da Academia Mourãoense de Letras, lembra que Fábio Campana deveria ser eleito pelos acadêmicos liderados por Ernani Buchamann para a Cadeira 26.

A vaga ficou aberta com o falecimento do também jornalista e escritor, ex deputado Léo de Almeida Neves, coincidentemente, também levado pelo vírus da covid-19 em novembro de 2020.

Advogado formado pela Faculdade de Direito de UFPR, em 1954, dessa turma cinco integrantes fizeram parte da renomada APL: Túlio Vargas, Leopoldo Scherner, Edilberto Trevisan, Luiz Geraldo Mazza e o próprio Léo.

Na avaliação de Gilmar Cardoso, que também integra o Centro de Letras do Paraná, a vacância da Academia Paranaense de Letras seria substituída à altura pelo poeta, Fábio Campana, jornalista, publicitário, editor e escritor que publicou Publicou Restos Mortais, contos (1978).

No Campo do Inimigo, contos (1981); Paraíso em Chamas, poesia (1994); O Guardador de Fantasmas, romance (1996); Todo o Sangue (2004); O último dia de Cabeza de Vaca (2005); Ai (2007); A Árvores de Isaías (2011); O Ventre, o Vaso, o Claustro (2017); e As Coisas Simples (2019). Campana foi diretor da editora Travessa dos Editores, onde também dirigiu as revistas Et Cetera e Ideias.

Anacoreta (o monge solitário)

O amigo publicitário e cantor José Oliva (Novacom) descreveu em mensagem no facebook que “a minha homenagem ao Fábio Campana é acrescentar uma habilidade às tantas que o distinguiram pelo talento de escrever. A de letrista, compositor que me enviou um poema, logo após lançar seu As Coisas Simples, sugerindo uma parceria. A Marcha do Anacoreta, imaginada, quem sabe, para o carnaval de um dia, em Antonina:

“Anacoreta e, Anacoreta ô, Anacoreta eu sou! Anacoreta, eu vou: aposentar os meus testículos e viver numa caverna secreta; do alto do Morro do Bom Brinquedo, de onde se vê o Rio São Joãozinho feliz e a Baia de Antonina. Levar apenas três livros e uma muda de roupa; terei minhas próprias orações num caderno de poesia, e ai ai ai não conhecerei mulheres, conviverei com os bichos, me alimentarei dos frutos da terra, ázimo, água da serra e sementes amargas. Serei feliz, abençoado na flacidez, terei a paz. Eu faço votos com esta artrite e o estranho sopro no coração. Anacoreta ê, anacoreta ô, anacoreta, não me provoca, anacoreta eu vou!”.

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