O Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), realizou pela primeira vez em Foz do Iguaçu e região, um bloqueio seletivo temporário da circulação do útero, para o nascimento de um bebê, em uma gestante com acretismo placentário. O procedimento, inédito na instituição, contou com a interface da Radiologia Intervencionista.
O HMCC, referência para gestação de alto risco, realiza em média 400 partos/mês, e oferece segurança para as mamães que precisam de cuidados especializados. “Atendimentos como este são possíveis somente em instituições que possuam estrutura, equipes capacitadas e recursos prontamente disponíveis para o atendimento intensivo a mamães e seus bebês”, explicou a coordenadora médica do Centro de Atenção à Gestante do HMCC, Dra. Danielle Freitas.
O procedimento
A gestante submetida ao procedimento, Tuliany Miller, passou pelo mesmo problema há alguns anos. Porém após muito diálogo, ela e o marido Paulo optaram por uma nova gestação. Com 24 semanas da pequena Martina, por meio de um exame de ultrassom, a paciente foi diagnosticada novamente com placenta acreta, ou seja, a placenta não estava aderida corretamente ao útero, sendo difícil a sua saída na hora do parto. “Quando o acretismo foi descoberto, fiquei cheia de medo e angústias”, disse a mamãe, hoje feliz com a filha no colo.
Dra Carolina Oderich, médica obstetra do HMCC, foi a responsável por acompanhar Tuliany durante toda a gestação. Segundo a médica é importante que a placenta acreta seja diagnosticada durante os exames pré-natais para que se possa programar a cesariana seguida de histerectomia, que é um dos possíveis tratamento do acretismo. “Descobrimos cedo, e se hoje tivemos sucesso, sem sombra de dúvida foi porque realizamos um pré-natal que possibilitou que planejássemos os detalhes do parto”, explicou a médica.
Neste procedimento, realizado na Hemodinâmica do centro hospitalar, tudo foi programado com a equipe de radiologia intervencionista, com reserva de sangue para transfusão, vaga em UTI Adulto para a mãe e de UTI Neonatal. “Mas, felizmente nada disso foi necessário, pois mãe e bebê saíram do parto bem, e ficaram cinco dias internadas no Alojamento Conjunto, inclusive já com amamentação”, contou realizada Dra. Carolina.
Família feliz
A pequena Martina nasceu com 3.320 quilos e 49 centímetros, e 38 semanas de gestação. Hoje, em casa, a mãe conta que passou por momentos tristes, porém com diagnóstico precoce e a confiança na equipe, ao longo da gestação foi acalmando. “A Dra Carolina sempre me passou muita segurança. Deus estava comigo, e ainda contei com muitas orações de amigos próximos e da minha família. Hoje ela está aqui, comigo e com meu marido, meu grande parceiro”, finalizou Tuliany, que continuou: “Outra surpresa muito emocionante, foi meu pai aparecer com um cartaz no dia de minha alta. Em função da covid, ele não pegou a Martina no coloco, mas fez questão de vir até o hospital, nos dar essa força e carinho. Depois de ter passado por todo esse parto de risco, receber todo esse amor da família, não tem explicação”, finalizou a mamãe.