Oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Cascavel, no oeste do estado, na manhã desta terça-feira (13). Ação é segunda fase de operação desencadeada em outubro de 2020
A Polícia Civil desencadeou uma operação e cumpriu mandados contra suspeitos de usarem um cartório para fraudar documentos e aplicar golpes, em Lindoeste e Santa Tereza do Oeste, na região oeste do Paraná. A ação está sendo feita nesta terça-feira (13) e apura prejuízos de R$ 30 milhões.
De acordo com a polícia, essa é a segunda fase de uma operação que foi feita em outubro de 2020. À época, cinco pessoas foram presas.
Na manhã desta terça, oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Cascavel, também no oeste do estado.
Os alvos dos mandados são um ex-cartorário, que foi afastado da função pela Justiça, além de empresários e o titular do cartório.
Conforme as investigações, o grupo investigado usava documentos fraudados para transferir veículos e imóveis, simular a morte de criminosos para extinguir a punibilidade em processos criminais e, ainda, lavar dinheiro, conforme a polícia.
Durante a operação, nesta terça-feira, foram apreendidos celulares, computadores, documentos e uma quantia em dinheiro.
Investigação
De acordo com o delegado Rogerson Salgado, chefe da Divisão Estadual de Combate à Corrupção de Cascavel (Deccor), uma série de ações judiciais dos verdadeiros proprietários dos imóveis deu início às investigações.
“Uma procuração para realizar uma venda do imóvel, onde o verdadeiro proprietário figurava como se tivesse ido no cartório e passado uma procuração para um terceiro, para que vendesse o seu imóvel. Só que, na verdade, esse proprietário nunca esteve nesse cartório. Então essa procuração era usada por um estelionatário, um fraudador, para realizar a venda desse terreno e esse terreno acabava sendo transferido em um registro de imóvel e tudo mais. Quando o proprietário ia se dar conta, tinha outra pessoa sobre o seu imóvel.”
A polícia disse ainda que os investigados compraram de forma irregular o cartório de Lindoeste pelo valor de R$ 200 mil. Os suspeitos ainda se comprometeram a pagar uma pensão vitalicia de R$ 15 mil por mês ao titular do cartório.
Crimes de falsificação de documento púbico, falsidade ideológica e outros relacionados são investigados pela Polícia Civil.
O MP-PR também investiga a atuação da organização criminosa.
“O trabalho agora é identificar se esses documentos eram analisar se esses documentos foram falsificados ideologicamente ou materialmente, tentar compreender essas falsificações para ingressar com as ações penais e de improbidade”, disse o promotor de Justiça, Sérgio Machado.
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