Itaipu e Unesco instalam primeira Unidade de Gestão Descentralizada da Reserva da Biosfera no mundo

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Foto: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

UGD une 20 instituições governamentais e não-governamentais na gestão sustentável de um território de quase 900 mil hectares

A Itaipu Binacional e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) deram início, nesta terça-feira (27), às atividades da primeira Unidade de Gestão Descentralizada (UGD) da Reserva da Biosfera no mundo. A UGD da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA Itaipu) soma cerca de 860 mil hectares, compreendendo as áreas protegidas da binacional e matas ciliares de 29 municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná Parte 3, limitando-se com o Parque Nacional da Ilha Grande, ao norte, e com o Parque Nacional do Iguaçu, ao sul.

Em cerimônia realizada on-line, o Conselho Nacional da Mata Atlântica certificou a Itaipu como coordenadora da UGD, com mandato de quatro anos. Representando a empresa, o engenheiro florestal Luís César Rodrigues da Silva, da Divisão de Áreas Protegidas, foi empossado como coordenador executivo do Fórum Consultivo de Apoio à UGD, que é composto por 10 membros governamentais e 10 não-governamentais, entre eles ICMBio-Parque Nacional do Iguaçu, Instituto Água e Terra (IAT), Conselho dos Municípios Lindeiros, Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (Amop), Parque das Aves, Cataratas S/A, entre outros. Todos os representantes e respectivos suplentes também foram empossados nesta terça-feira.

Para o diretor de Coordenação da Itaipu, general Luiz Felipe Carbonell, a UGD é um importante avanço na gestão ambiental e também um reconhecimento pelos esforços de conservação empreendidos pela empresa. “A criação da UGD reflete uma preocupação com o desenvolvimento sustentável e com as futuras gerações. Os cuidados com a biodiversidade têm relação direta com a segurança hídrica do território, o que beneficia não só a produção de energia pela Itaipu no longo prazo, mas também as demais atividades econômicas da região, como a agropecuária e o turismo”, afirmou.

O presidente do Conselho Nacional da RBMA, Clayton Lino, destacou que a UGD coordenada pela Itaipu reúne os três principais atributos da Reserva da Biosfera, que são a conservação dos ecossistemas, o fomento ao desenvolvimento sustentável e a produção de conhecimento científico. “É um reconhecimento ao trabalho de conservação feito pela Itaipu, que é espetacular”, disse. “Não poderíamos ter parceiro melhor para iniciar esse novo tipo de gestão, um modelo que pretendemos expandir para outros lugares”, acrescentou.

Os municípios que fazem parte da iniciativa estão entre os principais beneficiários, na opinião do superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Ariel Scheffer da Silva. Um dos compromissos da UGD é desenvolver os Planos Municipais da Mata Atlântica. “A biodiversidade está diretamente ligada aos negócios, à saúde, ao desenvolvimento econômico, entre outros. Então, as prefeituras têm muito a ganhar, pois estarão contribuindo com diversos aspectos para a promoção da sustentabilidade”, avaliou.

Além das autoridades já nomeadas, a cerimônia contou com a participação da diretora da Divisão de Política e Capacitação em Ciência da Unesco, Lídia Brito; do representante da Unesco, Fábio Eon; da coordenadora de Recursos Naturais da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo do Paraná, Fernanda Góss Braga; do representante da Amop, Vinicius Almeida dos Santos; e da representante do Conselho dos Municípios Lindeiros, Sandra Finkler.

Como funciona

As áreas de Reserva da Biosfera são implementadas por governos e chanceladas pela Unesco. A gestão é exercida com apoio de colegiados de gestores compostos de forma paritárias entre representantes governamentais e não-governamentais. A UGD é uma nova instância no sistema e conta com certa independência para a condução dos trabalhos.

A atuação da UGD está alinhada com a promoção do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 11 (apoiar os vínculos econômicos, sociais e ambientais positivos entre as áreas urbanas, metropolitanas e rurais, fortalecendo o desenvolvimento nacional e regional) e de acordo com as premissas do programa A Humanidade e a Biosfera (antigo O Homem e a Biosfera). Para isso, contará com o apoio das 20 instituições integrantes do Fórum Consultivo.

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