Potes contendo fetos e órgãos humanos foram encontrados, na tarde de quinta-feira (5), no interior do prédio da antiga Santa Casa, na região central de Foz do Iguaçu. Os materiais foram localizados por uma catadora de materiais recicláveis, que acionou a polícia.
Equipes da Criminalística e do Instituto Médico-Legal (IML) foram até o local. Conforme o primeiro levantamento foram recolhidos 10 fetos, um coração e um rim. Parte dos órgãos estava acondiciona também em galões com produtos de limpeza, no forro do hospital desativado.
Ainda de acordo com a polícia, no local havia muito lixo e produtos contaminantes, como restos de vacinas e frascos de remédios. Os materiais foram todos recolhidos e encaminhados para análise. A Polícia Civil irá instaurar um inquérito para apurar se houve imperícia ou negligência por parte da administração na época em que o hospital estava em funcionamento.
Com seis mil metros quadrados contruídos, o prédio da antiga Santa Casa Monsenhor Guilherme tem uma área total de 16,8 mil metros quadrados. Desativado há mais de 15 anos, o local está com a estrutura comprometida e chegou a ser invadido diversas vezes por moradores de rua.
Falência e leilão
O hospital decretou falência em maio de 2006, deixando desempregados mais de 400 funcionários e uma dívida de R$ 15 milhões. A administração do local foi multada pelo Ministério do Trabalho na época depois de uma fiscalização realizada com base em denúncias do Sindicato dos Trabalhadores de Saúde em Foz sobre irregularidades, como o não repasse de contribuição sindical.
Em 2019, depois de muitos trâmites, o prédio foi a leilão e acabou sendo arrematado por R$ 7 milhões pela empresa Bordin Administração e Incorporação LTDA. A Justiça decidiu pelo certame do imóvel e de outros bens pertencentes ao Grupo Diplomata, do ex-deputado Alfredo Kaefer, depois que o grupo declarou recuperação judicial.
Área do hospital poderá abrigar torres de prédios
Inicialmente a ideia do grupo Bordin, arrematante da antiga Santa Casa, era reabrir o hospital com parcerias. Infelizmente o projeto não progrediu porque não houve interessados. “Tivermos contanto com a Unila, Costa Cavalcanti (hospital) e à época não viabilizamos a negociação. Tentamos com um grupo do Rio de Janeiro da área hospitalar, mas também não evoluiu”, contou o empresário Félix Bordin em entrevista à Rádio Cultura.
Agora, a área de 16.800,00m², com 6.037,78 m² de área construída, foi vendida a um grupo de Cascavel que deve construir prédios no local. “O projeto é construir três ou quatro torres no local. Será feito um estudo para avaliar o prédio, uma grande parte de deverá ser aproveitada”, disse Bordin.
As informações são de GDia