Profissionais de saúde que atendem gestantes e puérperas (mulheres que deram à luz há até 45 dias) devem estar comprometidos com a ampliação da vacinação contra a Covid-19 nesse público. Essa é a orientação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que promoveu na terça-feira (17) uma videoconferência com entidades médicas paranaenses sobre as últimas evidências da prescrição de vacinas em mulheres grávidas ou no pós-parto.
Consideradas grupos de risco para a doença, elas foram incluídas como prioritárias nos planos nacional e estadual de Vacinação contra a Covid-19 para evitar o aumento da mortalidade materna em consequência do novo coronavírus. Porém, várias questões levantadas ao longo da campanha de imunização colocaram em dúvida o atendimento a esse público.
“É isso que queremos esclarecer agora, porque nossa principal arma de prevenção contra o coronavírus é a vacinação. Não queremos perder mais nenhuma vida, principalmente dessas mulheres”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. “A imunização resultou na queda de internamentos e de leitos ocupados em enfermarias e unidades de terapia intensiva em todo o Estado. Uma orientação mais clara vai ajudar o médico, a enfermeira e os profissionais de saúde lá na ponta”, disse.
Participaram do encontro virtual entidades como o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR), Associação Médica do Paraná e a Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Paraná (Sogipa).
Terceiro estado que mais aplicou vacinas nesse público, o Paraná imunizou, até o momento, 72.514 gestantes e puérperas. Mais da metade delas já completou o esquema de imunização, como mostram os dados do Vacinômetro do Ministério da Saúde.
A principal orientação é que as vacinas são seguras para as gestantes, e que elas devem ser vacinadas em qualquer idade gestacional e mesmo durante a lactação. A indicação é pelos imunizantes Comirnaty (Pfizer/Biontech) ou Coronavac (Sinovac/Butantan). Para aquelas que receberam a primeira dose da Covishield (Oxford/AstraZeneca), o parecer da Secretaria da Saúde é pela intercambiabilidade da vacina – para que elas completem o esquema vacinal preferencialmente com um dos outros dois imunizantes.
“Não há contraindicação na vacinação das mulheres grávidas maiores de 18 anos. Pelo contrário, já foi identificado que as células de defesa dos bebês são estimuladas quando mãe é vacinada, além da presença dos anticorpos também no leite materno”, explicou Carolina Bolfe Poliquesi, chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa.
Segundo ela, é necessária uma orientação clara dos profissionais, sejam eles médicos da família, clínicos gerais, ginecologistas ou obstetras, para que esclareçam a essas mulheres sobre a segurança da vacinação, assim como a continuidade do pré-natal mesmo durante a pandemia.
“Ficaram muitas dúvidas com relação à imunização desse público, principalmente após o caso de uma gestante que apresentou reação à vacina da AstraZeneca. Os profissionais passaram a fazer orientações individuais, com restrições aos imunizantes ou à idade gestacional”, disse Carolina. “Por isso, a Secretaria da Saúde reafirma a importância de que os trabalhadores da saúde estejam comprometidos com a vacinação. É a nossa maior estratégia para evitar a morte materna por causa da Covid-19”.
Outras Medidas – Desde o início da pandemia, a Secretaria de Estado da Saúde toma medidas para evitar a contaminação de gestantes e puérperas com o coronavírus, orientando essas mulheres e também os profissionais que as atendem.
Em março do ano passado, a Sesa publicou uma nota orientativa sobre o tema, que tem sido atualizada ao longo dos meses. Já a circular nº 8, publicada em abril deste ano, traz os 10 passos para a prevenção da mortalidade materna por Covid-19.
Na videoconferência de terça-feira, também foram abordados assuntos como a análise da mortalidade materna por Covid-19 no Paraná; segurança e efetividade da imunização de gestantes e puérperas contra a doença; importância do acompanhamento pré-natal e puerperal na pandemia; ações da Sesa para a saúde das mulheres e monitoramento do near miss materno (que se refere a uma mulher que quase morreu, mas sobreviveu a uma complicação grave que ocorreu durante a gravidez).
Presenças – Participaram do evento, a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes, o presidente do CRM, Roberto Issamu Yosida, o presidente da Associação Médica do Paraná, Nerlan Tadeu Gonçalves de Carvalho, a presidente da Sogipa, Rita Maira Zanine, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr, a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sonia Raboni, a também professora da UFPR e membro da diretoria da Sogipa, Lenira Gaede Senesi, a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Sesa, Carolina Bolfe Poliquesi, e a enfermeira também da Divisão, Glaucia Osis Gonçalves.
Com informações de AEN