O deputado estadual Requião Filho (MDB) está percorrendo esta semana a região Oeste do Paraná, para debater temas que estão em discussão na Assembleia Legislativa. Na pauta, a votação do novo pedágio rodoviário e o enfrentamento a pandemia do coronavírus (covid-19) no Estado. Em Foz do Iguaçu, o parlamentar se reuniu com lideranças políticas e sociais e visitou veículos de comunicação.
Ao GDia, concedeu entrevista exclusiva abordando diversos temas, incluindo o momento político no estado, faltando um ano para as eleições de outubro de 2022. “Neste momento, falta uma articulação para uma discussão sobre o Paraná, como trazer mais empregos para Foz do Iguaçu, temos que discutir como trazer mais fábricas e industrias para cá”, disse.
Abaixo os principais trechos da entrevista:
Deputado, o senhor decidiu levar as discussões da Assembleia ao interior do Estado. Como está a aceitação dos temas?
Requião Filho – Aqui no Oeste as pessoas estão perplexas com a aprovação do pedágio. Os deputados tentam dizer que não está certo ainda, mas abriram mão da discussão e entregaram as estradas do Paraná para o governo federal fazer o que bem entender. Se quiserem pedagiar o Estado inteiro poderá, falta o governador fechar o convênio com um projeto, que não existe. Porque falo isto? Porque o primeiro projeto que foi apresentado, foi rejeitado e eles disseram que vão apresentar um novo e até hoje não chegou. Nós abrimos mão das estradas paranaenses sem saber para o que e para quem. Vamos buscar na Justiça a correção desse erro.
A oposição vai judicializar?
Infelizmente, vamos ter que judicializar, porque na política a vontade do povo paranaense foi ignorada.
A previsão é de um contrato longo?
30 anos de pedágio com degrau tarifário e uma licitação que ninguém conhece os termos do edital da concessão das estradas às pedageiras. A única certeza que temos é que será um ótimo negócio para o pedágio e um péssimo negócio para o Paraná.
A bancada do governo diz que dará para discutir nas comissões ainda?
Não dá para discutir nada do que será feito, é um convênio de repasse das rodovias e quem decide é o Governo Federal. A Assembleia não apita mais nada nessa questão. No momento que a lei aprovada esta semana na Assembleia for promulgada, não temos o que dizer sobre as estradas paranaenses de pedágio, tudo será decidido em Brasília. Lavaram as mãos para depois dizer que não teve oculta, mas tever sim.
Teremos um acréscimo de pontos de cobrança?
15 novas praças de pedágios nesse lote e já estou sabendo que vem aí o lote dois, tem mais estradas a ser pedagiadas e tem mais praça de pedágio para ser colocado no Paraná.
Sobre a pandemia, como o senhor vê o enfrentamento no Paraná?
Para variar, a propaganda está linda, 80% da população imunizada. Mentira, é uma massagem nos números. 80% da população tomou pelo menos a primeira dose, com duas doses da imunização completa não temos 30% da população. Enquanto se preocupam em ficar bem na propaganda, põe em risco quem acredita que a situação está segura. Não, não está segura, temos a variante Delta e não temos número de imunizados suficiente para trazer segurança. As pessoas tem que entender, não dá para tirar a máscara, fazer aglomeração, não dá. Estamos longe da imunização ideal.
Lideranças afirmam que o Paraná recebe poucas vacinas?
Recebemos menos vacinas do que deveríamos receber, mas o governador é aliado do presidente, não enfrenta o governo federal e não cobra que o Paraná tenha o devido respeito. Recebemos menos vacinas e deveríamos estar cobrando do governo federal, também para parar de politizar essa discussão e que consiga vacinas para nossa população do Brasil como um todo.
Em relação aos projetos em discussão, a Assembleia está cumprindo suas prerrogativas?
A Assembleia virou uma casa de despachantes, basta ver o absurdo que foi para provar o pedágio em regime de urgência, com sessões extraordinárias, sem discussão. Um absurdo. Então, projetos de interesse público muitas vezes ficam barrados por causa da assinatura dos deputados, se o projeto é de minha autoria, fica difícil colocar na pauta, do que se for de deputado da base. A Assembleia deveria ser mais independente, a independência dos poderes é essencial. O principal trabalho da Assembleia é fiscalizar o executivo estadual.
Partidos e bancadas estão se articulando. Como o senhor analisa o momento faltando pouco tempo para a eleição?
Falta um pouco mais de um ano para eleição e falta uma articulação, uma discussão sobre o Paraná. Veja, estamos aqui discutindo vacinas, muito importante, estamos discutindo o pedágio, tema importantíssimo que vai custar muito caro para os paranaenses. Temos um governo que não existe, que não tem obras, que não tem programas. O governador inaugura obras que não são do Estado, fazendo sempre cortesia com chapéu alheio.
Temos que discutir como trazer mais emprego para Foz, discutir como trazer fábricas e indústrias que sejam capazes de pegar a produção da região e beneficiar esta produção, gerando riquezas e empregos aqui. A preocupação do governo é como exportar para fora, a minha preocupação seria como gerar emprego aqui, como garantir os pequenos empresários de Foz, a sobrevivência durante uma crise econômica. O turismo é ótimo, muito bom, mas vimos agora que só o turismo deixa a desejar e a crise que Foz passou nos últimos 14 meses é inigualável, porque não há empregos fora do turismo. Então, temos que discutir isso, como retomar o Paraná para os Paranaenses.
Com Informações de GDia