A atuação da ONG Vigilantes da Gestão Pública, com relação aos gastos dos deputados estaduais com alimentação, tem marginalizado os setores de lazer e gastronomia do Paraná. A afirmação é do presidente da Associação Brasileira das Empresas de Gastronomias, Entretenimento e Similares de Curitiba (Abrabar/Sindiabrabar), Fábio Aguayo, que acompanhou nesta terça-feira (23), a sessão da Assembleia Legislativa.
Muitos estabelecimentos podem ter a descrição “bar” na razão social, mas também servem alimentação, afirmou Aguayo ao contrapor a série de denúncias de que os deputados estariam apresentando notas irregulares para pedir ressarcimento. “Estamos acompanhando a marginalização do setor referente as notas fiscais dos deputados”, destacou o presidente da Abrabar.
“É comum ter reunião de negócios ou reuniões políticas nestes ambientes. Da forma que está sendo colocado por esta ONG – e muitas vezes levando o Judiciário ao erro –, temos de esclarecer que, nos estabelecimentos, as razões sociais podem incluir bar, mas também têm setor de gastronomia”, destacou Aguayo. Que completou: “O regimento da Assembleia é bem claro: não são ressarcidos gastos com bebida alcoólica, só alimentação”.
Revolta
Na Tribuna da Assembleia Legislativa, vários parlamentares se manifestaram sobre a onda de denúncias da ONG Vigilantes da Gestão Pública. O deputado Galo foi contundente em questionar a atuação. “Quem é e baseado no quê? Quem o paga? Foi a conclusão a que cheguei. Uma informação que recebi é que ele está sendo custeado por um pequeno grupo para atacar e desmoralizar os deputados”, disse.
Também teceram críticas o presidente Ademar Traiano e os deputados Alexandre Amaro, Delegado Recalcatti e o Subtenente Everton. “Muitas coisas que acontecem dentro da política e dos poderes são mal informadas e mal esclarecidas”, ressaltaram.
Ressarcimento
De acordo com o Portal da Transparência da Assembleia, a “Verba de Ressarcimento é o recurso destinado, exclusivamente, ao atendimento das despesas de custeio realizadas pelo deputado no exercício do seu mandato. As atividades do parlamentar vão além daquelas inerentes ao processo de apresentação, aprovação e fiscalização das Leis”.
“O deputado é o representante da sociedade e sua permanência junto aos seus eleitores constitui fase importante do seu trabalho, seja para buscar nas suas bases de representação as demandas sociais, seja para levar a estas os resultados do exercício do seu mandato, pela prestação de contas das suas ações.”