Avianca cancelou, até o momento, mais de dois mil voos e operação em uma série de frequências
A crise econômica que atingiu em cheio a Avianca Brasil, obrigando a companhia a suspender diversas rotas e frequências nas últimas semanas, fez os preços das passagens aéreas dispararem. Em Foz do Iguaçu, a alta no valor chegou a 48% .
Em todo Brasil, os valores praticados em 2019, em comparação ao ano passado, apresentam aumento médio de 120%, principalmente nos destinos até então atendidos pela empresa.
Nas rotas de Foz do Iguaçu (Paraná) a Guarulhos (São Paulo), o bilhete aéreo subiu 48% – de R$ 456,65 para R$ 681,05. No destino Foz do Iguaçu ao Galeão (Rio de Janeiro), a alta foi superior a 14,5% – de R$ 674,65 para R$ 773,13. Os valores constam de um levantamento do Voopter, ao portal Mercado & Eventos. As informações são de Ronildo Pimentel, no Gazeta Diário.
O Aeroporto de Foz do Iguaçu é a porta de entrada para aproximadamente 30% dos turistas que chegam ao Destino Iguaçu. Em 2018, mais de 1,2 milhão de pessoas embarcaram no terminal aeroportuário.
Concentrado
“O Brasil já tinha um dos mercados mais concentrados e monopolizados do mundo, com quatro companhias aéreas”, disse o secretário municipal de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos, Gilmar Piolla.
“Com um território gigante, que é do tamanho de um continente e agora, com três companhias, resultado do desaparecimento da Avianca, este mercado vai ficar ainda mais concentrado, mais monopolizado com as três que restaram”, analisou. De acordo com Piolla, como consequência imediata, as passagens vão aumentar.
“Isto é um efeito imediato que vai acontecer não só para Foz do Iguaçu, mas para todos os destinos brasileiros”, ressaltou. Aos agentes de setores envolvidos, como o turismo, resta torcer para a abertura do mercado, para o capital estrangeiro.
“Esperamos que isto atraia novas companhias para o Brasil e que a gente possa, daqui a dois, três, quatro anos, ter uma realidade diferente, um mercado diferente”, frisou Piolla, que completou: “A curto prazo, não tem solução”.
Menos opções
“A saída da Avianca piora o mercado para os passageiros, pois haverá menos competição em muitas rotas”, disse o jornalista e publicitário Cleverson Lima. “Os preços que já são caros ficaram mais ainda e o consumidor com menos opções. O jeito é esperar novas aéreas, que agora podem operar com até 100% de capital estrangeiro, mas isso ainda levará um tempo”, acredita.
Lima contou que planejava, para esta semana, um bate volta Curitiba-Foz do Iguaçu. “Mas as passagens estavam custando mais de R$ 1.000. É um valor muito alto. Em comparação a outros países, uma rota assim, com essa distância e dentro de um mesmo estado ou país, ou até mesmo para outros países próximos, são bem mais em conta, pois há muito mais empresas operando”, concluiu.
Panorama
Até o momento, já são mais de dois mil voos cancelados e uma série de frequências que deixaram de ser operadas pela Avianca Brasil. A companhia aérea informou que vai manter apenas quatro rotas em operação, o que fez o valor das passagens subir até 120% nas rotas mais movimentadas.
Em rotas como Porto Alegre (RS)-Galeão, o aumento foi de 120%, saindo de R$ 389,69 no ano passado para R$ 860,34. De Recife(PE) a Guarulhos, o aumento foi de 52%, chegando a R$ 973,22 em 2019, contra R$ 639,01 em 2018.
Em alguns casos o aumento foi pequeno, como Guarulhos-Fortaleza, por exemplo, que tinha um preço médio de R$ 1.072,57 em 2018 para R$ 1.074 para 2019.
Altas nos preços de voos em rotas de Foz
Foz do Iguaçu – Galeão – IGU
2018 – R$ 674,65
2019 – R$ 773,13
VARIAÇÃO: 14,5%
Foz do Iguaçu – Guarulhos
2018 – R$ 456,65
2019 – R$ 681,05
VARIAÇÃO: 48%
Se fizer um comparativo de voos entre as cidades do Paraná, vai ver que os preços são muito mais alto. Principalmente com este quase monopólio da Azul. Viajar do Entre as cidades do Paraná, tá caro de mais.