As recentes variações cambiais e a disparada do dólar frente ao real tem afugentado os compradores brasileiros que cruzam a Ponte Internacional da Amizade a partir do Brasil em direção à Ciudad del Este. As vendas de um dos principais centros comerciais do Paraguai depende diretamente destes clientes, relata a imprensa do país nesta segunda-feira (8).
O comércio na cidade “é altamente dependente do Brasil, de onde vêm mais de 90% dos compradores”, ressaltou a rádio La Clave. A moeda dos Estados Unidos estava cotada ontem em R$ 5,40 compra e R$ 5,70 para venda. Com a cotação alta, os produtos vendidos em Ciudad del Este (a maioria importados) perdem apelo, uma vez que são cotados em dólar.
A conta é simples, com o dólar alto, para o consumidor brasileiro, tudo fica mais caro, afirmam representantes do segmento comercial. A desvalorização que vem sofrendo o real representa uma dor de cabeça não só para o Brasil, mas também para Ciudad del Este (Paraguai) e outras cidades fronteiriças, como Pedro Juan Caballero e Salto del Guairá, em termos de competitividade.
Os lojistas e vendedores de grandes lojas consultados pela emissora afirmaram que “há uma desaceleração no volume de compras nesta última semana”. No entanto, eles ressaltaram que o feriado do Dia de Finados trouxe um importante contingente de turistas para as três fronteiras, “mas negócios muito importantes não foram realizados nas lojas de Ciudad del Este”.
Black Friday
A situação cambial surpreendeu o setor em meio aos preparativos para mais uma edição da Black Friday (feira de descontos). Os comerciantes estão preparando pacotes de produtos que esperam vender com ofertas especiais. Apesar da alta do dólar, a expectativa é que os descontos acabem compensando a diferença e permitam que o estoque seja movimentado por muito tempo.
Em Ciudad del Este, o dólar custava em média R$ 5,80 nas lojas. No final de semana caiu para R$ 5,67. Na fronteira, o preço é sempre mais caro, em média, se comparado a outras partes do Brasil. O real está entre as moedas que mais se desvalorizaram neste ano, impactando negativamente o tipo de comércio que ocorre na fronteira.
Para o comércio de Ciudad del Este e outras cidades fronteiriças do Paraguai, é melhor quando as variáveis financeiras e econômicas do Brasil são positivas, ressaltam empresários e comerciantes do microcentro. Um Brasil em boas condições de crescimento é sempre preferível, o que atrai capitais e permite que o real se fortaleça”, dizem.
As informações são de GDia