Bolsonaro cancela viagem aos Estados Unidos, onde receberia homenagem

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Presidente atribuiu desistência à ‘ideologização da atividade’. Três empresas haviam desistido de patrocinar evento da Câmara de Comércio Brasil-EUA devido a protestos

O presidente Jair Bolsonaro cancelou a viagem que faria aos Estados Unidos no próximo dia 12 de maio para ser homenageado em Nova York como a “Personalidade do Ano” pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Ele participaria de outros eventos na cidade e em Miami.

Em nota divulgada na noite desta sexta-feira pelo Planalto, o presidente agradeceu a homenagem da Câmara de Comércio, mas admitiu que o cancelamento da viagem ocorreu após a premiação ter gerado protestos de diversos grupos nos EUA. O prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio, chegou a chamar Bolsonaro de “ser humano perigoso”. As informações são de O Globo.

“Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, informou o texto divulgado pelo gabinete do porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.

A viagem foi cercada de controvérsias. Nas últimas horas, um abaixo-assinado contra a ida do presidente brasileiro à cidade obteve, em poucas horas, mais de 58 mil assinaturas, sob a alegação de que Bolsonaro é uma ameaça ao meio ambiente, aos direitos LGBTI e às minorias.

Da mesma forma, ativistas estão, desde o dia 30 de abril, protestando diariamente na porta do hotel Marriott Marquis, que receberia a premiação, que estava prevista para 14 de maio. O abaixo-assinado foi lançado pelo senador estadual democrata de Nova York Brad Hoylman, que representa, entre outras áreas de Manhattan, Times Square, onde está localizado o hotel.

No último dia 30, pelo menos três empresas que figuravam entre as patrocinadoras do evento na Câmara retiraram seus apoios: a companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times.

A Folha de S. Paulo ainda revelou que, pela primeira vez o Banco do Brasil apoiava o evento — colocando dinheiro estatal no jantar de gala. Além disso, o Consulado-Geral do Brasil em Nova York confirmou ao GLOBO ter adquirido uma mesa de dez lugares no evento ao custo de US$ 10 mil.

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