Marcha da Diversidade quer incentivar o turismo LGBT+ em Foz do Iguaçu

Uma multidão acompanhou, na tarde de domingo (14), a Marcha da Diversidade e Parada do Orgulho LGBTI+ de Foz do Iguaçu. A mobilização, que chegou a terceira edição este ano, quer incentivar o turismo LGBT+ no Destino Iguaçu. Em 2019, ano anterior a pandemia do coronavírus (covid-19), o evento movimentou mais de R$ 400 milhões em São Paulo, segundo levantamento da Secretaria Municipal de Turismo.

A concentração da Marcha em Foz do Iguaçu começou às 14h na Praça da Coruja, no cruzamento das avenidas JK com República Argentina. A partir das 15h, os participantes seguiram em caminhada até a terceira pista da Avenida JK, passando pela Feirinha até a Praça da Paz, onde foram realizadas apresentações culturais. Diversos nome do orgulho LGBT+ participaram do ato.

De acordo com Bruna Ravena Braga, coordenadora da Ong Casa de Malhú, a atividade busca incentivar o turismo LGBT+ e dar oportunidade aos artistas de Foz do Iguaçu, Paraguai, Argentina e região apresentarem suas produções. “Esse evento ajuda a girar a economia da cidade. As pessoas que vem se hospedam nos hotéis, usam a rede gastronômica do grande e do pequeno empresário, como é o caso da feira aqui da avenida”, disse.

“Então, esse é um motivo de fomentar o turismo LGBT, fomentar o consumo e fomentar esse mercado que vem crescendo em grande potencial”, ressaltou Bruna Ravena. Na avaliação dela, a comunidade LGBT sofre violação de direitos humanos, mas é um consumidor em potencial que gosta de consumir, que gosta de coisa boa.

“E nada mais que justo é que eles mereceram este evento, sendo que Foz do Iguaçu é um destino do mundo”, frisou a coordenadora, lembrando que este foi o tema deste ano: “Foz do Iguaçu Destino do Mundo sem LGBTfobia”.

“É importante que a gente tenha este espaço e mostra para o turista internacional, nacional, que a nossa cidade é acolhedora de todos os povos, todas as etnias e todas as orientações e identidade de gênero”, concluiu.

Calendário de eventos

A secretária municipal de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, Kelyn Trento, participou da Marcha. De acordo com ela, é um evento de extrema importância para uma cidade turística como Foz do Iguaçu que deve ser incorporado ao calendário anual.

“É uma comunidade que, em muitas cidades, é inviabilizada e em Foz do Iguaçu temos uma gestão que apoia a diversidade e isso é muito importante, condiz com a população brasileira, que é tão diversa”, disse.

Kelyn lembrou que o município agora conta com uma legislação especifica para comunidade LGBT+, que é a da LGBTfobia. “Na quinta-feira passada, publicamos a comissão permanente processante que estará atuando em casos de denúncias de LGBTfobia em Foz do Iguaçu”, completou.

Movimentação financeira

As paradas LGBT estão cada vez mais consolidadas no Brasil e a cada ano movimentam milhões nas economias onde são realizadas. Em São Paulo, onde ocorre uma das principais do país, movimentou mais de R$ 400 milhões em 2019, último ano antes da pandemia covid-19.

Os números fazem parte de um levantamento realizado pelo Observatório da Secretaria Municipal de Turismo. O evento, realizado em junho, reuniu um público estimado em três milhões de pessoas. O impacto econômico levou em consideração os gastos dos turistas na cidade e moradores da capital e grande São Paulo presentes no evento.

Ainda conforme a pesquisa, a Parada LGBT daquele ano registrou um aumento de 78% no número de visitantes em relação à 2017, último ano do estudo. Nesses dois anos, o número de não residentes subiu de 24,3% para 43,4%. O gasto médio do turista saltou de R$ 1.112,00 para R$ 1.634,00 no período (crescimento de 46,9%).

Com informações de GDia

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