Editado pela EDUNILA, o livro “Por um ensino insurgente em arquitetura e urbanismo” é organizado por Andréia Moassab e Leo Name
O livro “Por um ensino insurgente em arquitetura e urbanismo”, da Editora da UNILA (EDUNILA), organizado pelos professores Andréia Moassab e Leo Name, é um dos finalistas do 7º Prêmio da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu) 2021, que reconhece as melhores edições técnico-científicas do ano. A cerimônia de premiação será realizada no dia 23 de novembro.
A cerimônia de premiação, quando serão divulgados os vencedores de cada categoria, costuma ser feita com a participação dos representantes das editoras e seus autores. No entanto, por conta da atual pandemia, a solenidade acontecerá virtualmente, no dia 23 de novembro, às 19h, com transmissão pelo canal da Abeu no YouTube.
O Prêmio Abeu foi instituído em 2015 e, anualmente, elege as melhores edições universitárias no âmbito do conhecimento científico e acadêmico. Também são premiados autores de projetos gráficos. O objetivo é incentivar a qualificação das edições universitárias e estimular a produção técnico-científica.
São escolhidos três finalistas em cada uma das categorias: Ciências Humanas; Ciências Naturais e Matemáticas; Ciências Sociais; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências da Vida; Linguística, Letras e Artes; Projetos Gráficos; e Tradução.
Para a organizadora do livro, Andréia Moassab, que também é autora ou coautora de 5 dos 19 capítulos, a indicação ao prêmio é o reconhecimento do debate proposto na obra. “Essa indicação é o reconhecimento de um trabalho duro, porque não é fácil ir contra a ideologia dominante. Existe muita resistência e estamos em um momento histórico de muito endeusamento do mercado. Quase todos os aspectos da vida voltados para o mercado, para o lucro. Então, se insurgir contra isso é sempre um trabalho muito difícil, duro e de resistência”, avalia. “E, reconhecer esse trabalho, inclusive, sinaliza que existe uma demanda social forte para esse tipo de reflexão.”
Ela observa que o livro trata de questões que envolvem os interesses das sociedades e das universidades públicas, especificamente, os cursos de Arquitetura e Urbanismo. “Vamos problematizar [no livro] as formações nos cursos de Arquitetura que estão muito mais voltadas para os interesses de mercado do que para os interesses da sociedade. E vamos destacar, então, o papel da universidade pública e de seus cursos de atender aos interesses da sociedade e, no caso da UNILA, descortinando quais são esses interesses para a integração solidária dos povos da América Latina.”
O coordenador da EDUNILA, Antonio Rediver Guizzo, também destaca a questão do desenvolvimento e da integração da América Latina – que está na missão da UNILA. “Ser finalista do prêmio da Abeu, além de uma honra, significa o reconhecimento da qualidade, especificidade e valor das obras por nós editadas, bem como o reconhecimento da inestimável contribuição dos autores e organizadores, tanto para a consolidação da jovem editora quanto para o desenvolvimento do pensamento técnico e científico da América Latina e Caribe”, destaca.
A obra
“Por um ensino insurgente em arquitetura e urbanismo” foi lançado no final de 2020 e pode ser baixado gratuitamente na página da EDUNILA. O livro reúne, em 370 páginas, artigos de pesquisadores oriundos de diferentes instituições de ensino superior do Brasil e também da Colômbia e Argentina. Em comum, os pesquisadores buscam alternativas “à geopolítica do conhecimento arquitetônico e urbanístico vigente”.
“Para nós, são evidentes o eurocentrismo, a exclusão social e os objetivos mercadológicos do ensino superior na atualidade. Por isso, é nosso dever problematizá-lo, valorizando enfoques emancipadores e abordagens críticas, pautando uma formação profissional voltada a atender às necessidades sociais e populares de nuestra América”, diz Andréia Moassab. O livro foi organizado também por Leo Name que, na época, era docente da UNILA e hoje leciona na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O livro conta com 19 capítulos, divididos em cinco partes: Perspectivas críticas, projetos pedagógicos e conteúdos de formação; representação, representatividade e produção de sentidos; estratégias para o ensino de projetos; tecnologias, trabalho e canteiro; paisagens e paisagismos críticos.