Iniciativa surgiu apoiada pela Farmiliares, empresa especializada em negócios de família, que lançou ramo educacional a partir de reflexões geradas pelas restrições da pandemia
A empresa Farmiliares, especializada em negócios de família, lançou um novo ramo de atividades relacionado à área da Educação. A “Escola da Vida” terá foco na formação mais livre, baseada nas vivências, na oralidade, nos vínculos e nas instruções passadas de geração em geração por meio de “Oficinas Criativas”. A iniciativa surgiu a partir de reflexões ocorridas na pandemia que suspendeu aulas presenciais e estabeleceu um modelo transitório educacional. “Esse novo ramo nasceu do compromisso da empresa com a formação de futuras gerações e com a preparação de sucessores empresariais, o que é feito por meio da Educação”, explica a fundadora da Farmiliares, advogada Thaíse Thomé, que buscou formação em direito educacional.
Além das oficinas, lives, reuniões, debates e seminário estão entre as iniciativas promovidas e apoiadas pela empresa desde abril deste ano. A ação mais recente ocorreu no último dia 15, quando um grupo de mães e educadoras se reuniu para debater questões de formação educacional, incluindo a participação dos responsáveis por crianças em idade escolar e da sociedade no Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas por meio de um Conselho Gestor. Os participantes consideram que criar uma criança não é só responsabilidade dos pais, é uma implicação social, colocando família, sociedade, estado e escola num cenário interrelacional.
“Essa pandemia veio dar um eletrochoque na gente. Sou professora e essa nossa movimentação ressoa no meu coração como a coisa certa”, ressaltou a bióloga Anne Sophie Bertrand, uma das organizadoras da reunião. Ela defende a estruturação de escolas associativas, que atendam a alfabetização para a primeira infância na linha da escola do fazer. O grupo é aberto, podendo qualquer pessoa da sociedade solicitar participação. Juliane Fava, mãe de gêmeos de 13 anos, comentou que gostaria que os meninos se enxergassem como parte do mundo. “Precisamos formar cidadãos participativos, colaborativos”, disse.
A educadora venezuelana Kalia Izquierdo Galatro defendeu que é preciso conectar ensinamentos da escola com vivências da vida, conversando, inclusive, sobre temas considerados tabu, como morte e menstruação. As participantes reunidas levam em conta que é preciso admitir que educação é um assunto complexo e que exige envolvimento e interferências em busca de uma equalização saudável. Uma das ideias é que o Conselho Gestor compartilhe experiências de sucesso para inspirar iniciativas que possam fundamentar os PPP´s das escolas.
Como a “Escola da Vida” começou
Em abril, a fundadora da Farmiliares, Thaíse Thomé, solicitou participação no Comitê Municipal de Gerenciamento e Retorno às Aulas Presenciais em Foz do Iguaçu (CMGRAP). O objetivo era representar, ao lado de outros interessados, pais de alunos de escolas particulares e defender a volta às aulas presenciais com adoção dos padrões sanitários de segurança. Em paralelo, a empresa Farmiliares promoveu lives com pediatras, diretores de escola e outros interessados no tema para debater o assunto.
Próximas Ações
Em setembro, a empresa iniciou o projeto-piloto batizado de “Oficinas Criativas”, no Colégio Bertoni, tendo a participação do professor de História, Micael Alvino da Silva. Ele conversou com alunos sobre o livro que escreveu abordando a relação da Segunda Guerra com a região de fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina. No mesmo mês, houve uma palestra com Dr. Geraldo D. A. Neto, sobre Cidadania Plena. Para a diretora do colégio, Andrea Oliveira Vieira, a participação da família na construção de projetos escolares é extremamente valiosa, porque permite ver o estudante além da questão acadêmica. “O olhar da família aponta para a escola os desafios que a família está vivendo”, explicou a educadora, “e isso colabora para a construção de propostas convergentes à necessidade do jovem”.
Mais “Oficinas Criativas” estão sendo organizadas para crianças e adolescentes de 7 a 14 anos; jovens de 14 a 21 anos; mulheres e adultos na maturidade (acima de 60 anos). Serão projetos de aprendizagem autodirigidos com abordagens sobre Educação Patrimonial, onde cada participante tem autonomia para escolher como aprende enquanto interage com os demais – essa é a essência da “Escola da Vida”.
Em maio de 2022, a Farmiliares irá apoiar a realização do Seminário da Parentalidade Consciente e Políticas de Cuidado, em alusão ao Dia Internacional das Famílias. Segundo Thaíse Thomé irão participar pessoas de diferentes saberes, com diversas formações. “Queremos entender o tema de forma aprofundada, dando a devida importância e teorizando essa importância”, explica.
A Farmiliares
Lançada há três anos, a empresa Farmiliares é focada em negócios de família, abordando aspectos como sucessão nas funções de liderança, questões patrimoniais, comportamento organizacional, marketing e gestão financeira. As análises incluem apontamentos sobre confusão patrimonial – quando gastos pessoais são lançados como despesas da empresa; progressão de carreira para filhos; sucessão; conflitos entre funcionários da família ou não. O novo ramo educacional é uma forma de ampliar a atuação, tratando de preservar valores a partir do contato com experiências que formarão adultos conscientes de seu papel no contexto que os rodeia e no mundo.