UNILA inaugura alojamento estudantil para atendimento a 250 estudantes

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A UNILA inaugurou nesta terça-feira (30) o Alojamento Estudantil, espaço que receberá estudantes com necessidade de apoio à moradia quando de seu ingresso na Universidade. O prédio teve investimento de R$ 20 milhões e tem capacidade para abrigar, inicialmente, 250 estudantes. Os primeiros moradores devem ocupar os apartamentos em janeiro de 2022.

O reitor da UNILA, Gleisson Brito, destacou o fato de o alojamento ser uma importante ferramenta para a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. “Uma infraestrutura fantástica, um potencial enorme em termos de consolidação das políticas de permanência estudantil e de acolhimento dos nossos estudantes. Portanto, contribui com nossa missão institucional, com nossa missão integracionista”, discursou na solenidade de inauguração, que teve a presença de estudantes, servidores técnico-administrativos, trabalhadores terceirizados e docentes, além do servidor da UNILA e vereador, Kalito Stoeckl, representando a presidência da Câmara de Foz do Iguaçu; e do professor Roberto Piano, representando o deputado federal Zeca Dirceu, autor de emenda de R$ 200 mil destinada ao alojamento.

O reitor também lembrou que todas as gestões da Universidade trabalharam para que o prédio do alojamento pudesse ser construído. “Hoje, nós temos a honra de poder consolidar essa atividade. Mas essa atividade é devida a uma quantidade imensa de pessoas, inclusive muitos que já não estão na UNILA conosco, mas a quem devemos muito pelo trabalho e espírito institucional que tiveram em diferentes momentos”, afirmou.

Brito também salientou que a inauguração do Alojamento Estudantil marca o início da consolidação do campus Integração, que futuramente deve abrigar as atividades da Universidade. Ele citou a construção do primeiro bloco de aulas, que deve ser entregue em 2022, e as obras do segundo bloco, que permitirá o atendimento de 2.500 pessoas por turno. “A expectativa é de, em 3 ou 4 anos, a UNILA chegar a quase 100% de autonomia em infraestrutura.”

Para os estudantes que irão usufruir das instalações, o reitor desejou que o espaço seja voltado à convivência. “Faço votos de que este seja um espaço de convivência, de acolhimento, que vocês possam aqui viver de maneira muito intensa a integração latino-americana, que possam construir aqui a cultura do cuidado com o bem comum. Afinal de contas, este vai ser durante algum tempo o local de morada de vocês, e que a gente faça este espaço ser muito vivo e com muitas atividades.”

Maria de Lourdes Aquino Echeguren falou em nome dos estudantes. Ela agradeceu aos movimentos estudantis que lutaram para que o alojamento fosse construído. “Quando decidimos vir de lugares tão remotos do Brasil, assim como de outros países latino-americanos e do Caribe, só é possível nos sustentar com estabilidade, com apoio direto à permanência estudantil. Por isso, quero agradecer àqueles que lutaram incessantemente para estarmos aqui neste lugar”, disse. Ela também agradeceu aos responsáveis pela construção. “Agradeço em nome de todos os que compartilham o sonho de sermos unileiros”, disse. “Convido a vocês para que tornem este um espaço comunitário, onde a construção de vínculos entre os moradores e a comunidade estudantil unileira seja fortalecida, espaços seguros e abertos para manifestações culturais e desportivas. Que seja a casa cálida que deixamos para trás para perseguir um sonho onde a América Latina seja uma só.”

A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE) é a responsável pela administração do Alojamento Estudantil e pela seleção dos estudantes que irão utilizar o local como moradia provisória. Em sua fala, a pró-reitora de Assuntos Estudantis, Jorgelina Tallei, citou o poema “Os ninguéns”, de Eduardo Galeano. “‘Que não são seres humanos, são recursos humanos. Que não têm cara, têm braços. Que não têm nome, têm número. Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local.’ Aqui na Universidade, os ninguéns têm nome, cara e história. Por e para eles e elas trabalhamos e trabalharam técnicos, docentes, estudantes – muitos desses estão aqui – e trabalhamos na defesa deste alojamento, desta universidade. Não como um projeto pessoal, mas como um projeto coletivo”, apontou. “Espero que possamos avançar para que este lugar se transforme em afeto e conhecimento, de saber plural, de saberes diversos e de lugares de memória e de pertencimento.”

O prédio

O alojamento é composto por três blocos de edifícios, cada um com três pavimentos e elevador. São 144 apartamentos de 17,32 metros quadrados. O alojamento tem capacidade para receber 250 pessoas, sendo metade das vagas destinada a estudantes provenientes dos demais países da América Latina e Caribe.

Além dos quartos, com camas, armários, banheiros e outros equipamentos, o alojamento possui biblioteca, salão para eventos, sala de convivência, cozinha e lavanderia comunitárias, entre outros ambientes. Responsável pelas obras, o secretário de Implantação do Campus, Aref Kzam, lembrou que houve dificuldades na construção e que houve a necessidade de equipar todos os ambientes. “Hoje, com satisfação, recebemos definitivamente a obra do alojamento. Tentamos fazer com que de fato se reproduzisse um ambiente saudável, para que os nossos estudantes pudessem se alojar aqui a princípio e usufruir da Universidade da melhor maneira possível.” Os prédios, com a implantação dos equipamentos necessários para abrigar os estudantes, foram finalizados em março de 2020, mas, em razão da pandemia e das medidas de restrição sanitária, permaneceram fechados até agora.

O alojamento – diferente de moradia estudantil – tem caráter temporário. Ou seja, destina-se a estudantes que precisam de apoio à moradia em seu primeiro ano na Universidade. “No momento, não temos a possibilidade de abrigar estudantes por todo o tempo de curso, porque não teríamos como acolher os ingressantes dos próximos anos devido à restrição de vagas”, explica Jorgelina Tallei. Futuramente, o alojamento poderá se transformar em moradia, mas será necessário que o número de estudantes que se formem seja o mesmo do número de vagas. Isso deve acontecer em cinco anos. “A comunidade entende que o ideal é que fosse uma Casa do Estudante, mas, no momento, precisamos atender aqueles que chegam, que não conhecem a cidade e que não conseguem se estabelecer tranquilamente”, completa. A ideia é que, passado o primeiro ano de acolhimento, o estudante tenha a possibilidade de formar repúblicas ou buscar o aluguel de um imóvel. Para isso, a PRAE irá continuar a oferecer auxílios-moradia.

Outro aspecto a ser destacado é que a abertura do alojamento não vai finalizar a assistência estudantil com auxílio-moradia, ao contrário, vai permitir a ampliação desse atendimento. “Teremos mais recursos em dinheiro para atender outros estudantes.”

Os primeiros estudantes acolhidos terão um tempo um pouco menor no alojamento em razão das dificuldades causadas pela pandemia, que obrigou a uma adequação do calendário acadêmico. O previsto é realizar o atendimento para novos ingressantes em agosto de 2022.

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