Justiça devolve à polícia inquérito sobre morte de Marcelo Arruda

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A Polícia Civil do Paraná recebeu de volta na terça-feira (19) o inquérito sobre o assassinato do Guarda Municipal e dirigente do PT, Marcelo Arruda, durante seu aniversário de 50 anos, em 9 de julho. A decisão, do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, atende pedidos do Ministério Público (MPPR). Também foi determinado depoimento complementar de uma pessoa já ouvida na investigação, mas que foi interrompida no interrogatório.

O dirigente petista foi executado pelo policial penal federal e militante bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, dentro de um clube na região da Vila A, onde comemorava o aniversário com amigos e familiares. Após ferido, o petista ainda conseguiu fazer disparos e alvejar o agressor, que caiu no chão e permanece internado em estado grave. As informações são de GDia

A investigação foi concluída quinta-feira (15) como crime por motivo torpe, excluindo possível crime de ódio, político ou contra o estado democrático de direito. O policial penal, de acordo com a polícia, é militante bolsonarista e teria ido lá “para provocar”, já que a temática da festa era o PT e o ex-presidente Lula.

Na conclusão do inquérito, foi apontada a falta de elementos para concluir o crime como ódio político, segundo a Polícia Civil. O autor dos disparos foi enquadrado por homicídio qualificado por motivo torpe e perigo comum. A decisão foi contestada pela família de Arruda, que recorreu ao MP para a reabertura do processo.

“Determino o retorno do inquérito policial à Delegacia de Polícia, via remessa off-line, para o urgente cumprimento das diligências investigavas requisitadas pelo Ministério Público”, diz a decisão de Arguello. A intenção é incluir na peça a perícia do celular do policial atirador, já recolhido a pedido do MP.

Depoimento complementar

O juiz Gustavo Arguello autorizou ainda, atendendo pedido do promotor Tiago Lisboa Mendonça do MP, que seja colhido depoimento complementar de uma pessoa já ouvida na investigação. A alegação é que o relato de Vaguino Aparecido Gonçalves foi interrompido quando este iria revelar a identidade de outras duas pessoas que estavam no churrasco quando o vídeo da festa petista foi exibido ao atirador.

A testemunha contou que estava em uma mesa com Guaranho, a esposa dele com a filha de três meses, um outro amigo acompanhado pela filha e “outros dois sócios (da associação onde ocorreu o crime) que estavam próximos na confraternização. No entanto, ele acabou sendo interrompido sem revelar a identidade dessas pessoas no depoimento do dia 12 de julho, três dias após o crime.

O juiz determinou que, após a indicação dos nomes, “deverá a autoridade policial proceder à oitiva das testemunhas referidas, a fim de que prestem esclarecimentos sobre os fatos objeto do presente inquérito policial”, diz trecho do pedido do MP.

Vaguino confirmou ter acessado as câmeras da festa por aplicativo de celular, sistema que teria sido instalado por Claudinei Coco Esquarcini, que cometeu suicídio no domingo (17) em Medianeria. O MP e a Polícia Civil investigam se há relação entre a morte dele e o assassinato do petista.

MP convoca coletiva para falar sobre a investigação

Os promotores de Justiça Tiago Lisboa Mendonça e Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva convocaram a imprensa às 15h desta quarta-feira (20), para falar da denúncia a ser apresentada contra o policial penal que assassinou um guarda municipal em Foz do Iguaçu e esclarecer fatos relacionados à investigação.

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