Avaliação nutricional realizada pela Secretaria da Educação aponta que 55,5% dos alunos estão com o peso adequado e 43,4% estão com excesso de peso
A Secretaria Municipal da Educação concluiu a avaliação nutricional dos estudantes do 1º ao 5º ano das 50 escolas municipais. O levantamento apontou que 55,5% dos alunos estão com o peso adequado para a idade/altura, 1,1% foram identificados com magreza ou magreza extrema e 43,4% estão com sobrepeso ou obesidade.
Também foram identificados 49 alunos com doença celíaca, 103 com intolerância à lactose, 13 com diabetes, 2 com fenilcetonúria e 2 alunos veganos/ vegetarianos. Foram avaliados 13.182 estudantes (81,1% do total de alunos matriculados) no período de 21 de março a 08 de julho deste ano.
Com base nestes dados, o Programa de Educação Alimentar e Nutricional nas escolas será fortalecido, com novas ações de conscientização e estímulo aos hábitos saudáveis. A Secretaria da Educação também ampliou em 75% o valor da compra de produtos da agricultura familiar, que integram a merenda escolar.
No contrato com a cooperativa, está prevista a aquisição de 680 toneladas de alimentos, sendo 30 toneladas de produtos orgânicos, entre frutas, verduras e legumes. “Além dos orgânicos, que são novidade, os alunos terão novas frutas no cardápio, como uva, pitaya, abacate, abacaxi, goiaba e morango”, adiantou o secretário interino da educação, Arthur Thomas Repelevicz.
O levantamento também auxiliará as nutricionistas na elaboração de cardápios que atendam as necessidades dos alunos com intolerâncias alimentares.
Obesidade
Para a nutricionista Natália Matias, da Divisão de Alimentação Escolar, o alto índice de crianças com sobrepeso é uma realidade em todo o país, cuja prevalência está em constante crescimento. “A origem da obesidade infantil é multifatorial e nas últimas décadas houve alterações nos padrões alimentares e no estilo de vida, que contribuíram para o ganho de peso de crianças e adolescentes, como por exemplo, a ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, aumento do consumo de açúcares simples e alimentos ultraprocessados, muitas vezes associado à ausência de atividades físicas fora do ambiente escolar, como de brincar ao ar livre”, explica a nutricionista Natalia Matias, da Divisão de Alimentação Escolar.
Fatores como a pandemia da Covid-19 e a situação econômica do país, que reduziu o poder de compra das famílias, também estão associados a essa realidade. “É importante citar que a insegurança alimentar e nutricional, que vem aumentando nos últimos anos, é reflexo da falta de acesso da população a alimentos em quantidade e qualidade adequadas à saúde”, disse.
A avaliação nutricional é um projeto desenvolvido pela Divisão de Alimentação Escolar da Secretaria Municipal da Educação e está baseado nas resoluções do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A coleta de dados contou com o apoio de diretores, secretários de escolas e professores de educação física.