O ex-governador Roberto Requião e pré-candidato do PT ao Governo do Estado cumpre agenda esta semana no Oeste do Paraná. Em Foz do Iguaçu, visitou a redação do GDia. O petista disse, em entrevista exclusiva, que quer um governo “que tenha identidade com o povo, fraternidade e amor pelas pessoas. Que cuide da pequena e média empresa, da agricultura e que não suba as tarifas de água e luz”, disse.
No dia 2 de outubro, Requião vai tentar o quarto mandato como governador do Estado – de 1991 a 1994 e de 2003 a 2010. Ele já atuou como senador da República, deputado estadual e prefeito de Curitiba. Na visita ao jornal, estava acompanhado do deputado estadual Requião Filho, pré-candidato a reeleição e do ex-deputado Elton Welter, que é pré-candidato a deputado federal, ambos pelo PT.
Na campanha, Requião disse que não vai comparar as ações dele com a atual gestão estadual. “Não sou candidato contra o Ratinho (Junior, PSD), sou candidato a preencher o vazio do Governo do Estado, que está ligado ao muito rico, ao capital financeiro, enquanto o povo do Paraná está completamente abandonado”, disparou.
O pré-candidato disse que o atual governo virou as costas para os professores, saúde pública, enfermeiros, médicos e polícia. “O estado tem que trabalhar para os nossos empresários e nosso povo. Reduzi os impostos das empresas de 18% para 12%, para baixar o preço das mercadorias, da pequena empresa reduzi de 18% para uma média de 2,5% e os pequenos não pagavam imposto algum, para a gente manter as pessoas vivas, com qualidade de vida”.
O ex-governador lembrou que na sua gestão, foi um momento de quebradeira de grandes bancos nos EUA e crise mundial, mesmo assim o PIB do Paraná foi de 9.61%. “Hoje é 2.23%, estamos andando para trás. O Paraná é o quinto PIB do Brasil, mas o 24º estado em investimento em saúde pública, 23º em investimentos em educação e 14º que paga melhor os policiais”.
Requião disse que, tão logo assuma o governo do estado, vai trocar diretores e presidentes de empresas públicas como Copel, Sanepar, entre outras. Ele lembrou que a Copel foi fundada em 1954 pelo ex-governador Bento Munhoz da Rocha Neto, para servir a população e fazer funcionar o interior com qualidade de energia elétrica e viabilizar a industrialização.
Pedágio
Sobre o pedágio, Requião disse que acabou devido ao final do contrato. “Se for governador, este modelo não será mais adotado, com apoio do governo federal (no caso de eleição do ex-presidente Lula, PT)”. O petista estima que o número de novas praças de pedágio pode chegar a 115, bem acima das 15 novas anunciadas, caso esse modelo seja mantido.
Sobre o prazo curto de campanha este ano, Requião disse que não precisa convencer a população que conhece seus governos, “que tiveram mais de 80% de apoio. Mas os jovens que são eleitores hoje, eram crianças naquela época e preciso informar a população daquilo que fizemos e que iremos fazer mais com experiência e competência”.
Composição e comunicação
Requião ressaltou que é candidato de uma frente de esperança, que inclui não só o PT, mas outros partidos identificados com a população, como PV, PCdoB e provavelmente o PSOL e a Rede também, “que vão integrar uma frente de Restauração do Paraná e do Brasil, como o Lula vai fazer”.
Na avaliação dele, a internet ainda está longe de alcançar uma comunicação capaz de chegar a todos os eleitores, porque está “nas mãos” de empresas multinacionais. “Quando era senador, meu Facebook ia para 3 milhões de pessoas, hoje você é obrigado a pagar e não chega nem aos pés disso. Caríssima a internet, mas é um instrumento e quem não tem nada, usa o pouco que tem”.
Para fechar, Requião disse que precisa de um presidente da República ao seu lado, “Quem é Requião é Lula e quem é Lula é Requião. E mais do que uma eleição, nós vamos decidir o futuro do Paraná e do Brasil. De um lado eu e o Lula com sentimento de fraternidade, do outro o lado do capitalismo selvagem”, concluiu.
As empresas públicas tem que atender o povo, diz Elton Welter
O ex-deputado estadual Elton Welter, pré-candidato a deputado federal pelo PT, acompanhou Requião na agenda pelo Oeste do Paraná. Ao GDia, ele disse que é especialista em desenvolvimento regional, fez mestrado e se sente “preparado para disputar e ocupar uma cadeira na Câmara Federal junto com Requião e o ex-presidente Lula”.
“Já estive na Assembleia Legislativa por três mandatos e o certo é usar o estado a serviço do povo. Por exemplo, a Petrobras tem que estar a serviço dos brasileiros e brasileiras, temos que mudar esta questão da paridade de preço internacional, para baixar o preço do óleo diesel, que está nas alturas, um absurdo”.
Welter reprovou a iniciativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de implantar, “em véspera de eleição, uma medida que tira receitas dos estados e município, ao fixar um percentual sobre o ICMS de combustíveis. “É um absurdo ninguém denunciar isto. Temos que usar a estatal brasileira para promover desenvolvimento, retomar o fundo soberano e investir em saúde e educação”, ressaltou.
Deputados não podem chancelar apenas governo, diz Requião Filho
O deputado estadual e candidato a reeleição, Requião Filho, disse que a experiência de dois mandatos não esgotou sua capacidade de querer aprender novas coisas. “A gente vai aprendendo e tudo aquilo que fazemos, aprendemos com os erros e acertos. Dois mandatos de oposição deu para entender como um governo pode desconstruir um estado”, afirmou.
Na avaliação do parlamentar, o governo atual se colocou como inimigo da educação, dos policiais e da saúde do Paraná. “Um estado que não construiu nada nos últimos quatro anos, não tem uma obra que o Governo pode dizer que ele começou e terminou de grande porte neste período”.
Num terceiro mandato, Requião Filho disse que vai continuar sua luta para trazer a Assembleia Legislativa de volta ao debate. “Acredito na vitória do nosso grupo tanto âmbito federal quanto estadual. Mesmo assim, acho que a Alep precisa voltar a debater projetos e discutir os problemas do Paraná. Hoje só chancelamos o governo”, concluiu.