Educadores do Paraná aprovam greve por tempo indeterminado

Há quatro anos sem data base educadores perdem dois salários por ano foto Marcos Labanca Arquivo

Paralisação será em conjunto com outras categorias de servidores estaduais

Professores, pedagogos e funcionários de escolas da rede estadual aprovaram greve por tempo indeterminado a partir do dia 25 de junho. Com a paralisação, aprovada em assembleia, sábado, 15, os educadores se somarão a outras categorias de servidores do Paraná que já decidiram suspender o trabalho.

A principal reivindicação é o pagamento da data-base, reajuste que repõe as perdas salariais causadas pela inflação. No Paraná, os servidores estão há quase quatro anos sem receber essa reposição, acumulando defasagem superior a 17% na remuneração. Como efeito, os funcionários públicos estaduais perdem cerca de dois salários por ano.

Presidenta da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro explica que, depois de uma paralisação dos educadores em abril, o governo do Paraná iniciou negociação. Entretanto os representantes da administração abandonaram o diálogo sem a apresentação de proposta para o pagamento da data-base nem para os demais itens da pauta trabalhista e educacional.

“A educação segue sem ser valorizada no Paraná. O governador Ratinho Junior mantém as mesmas práticas de seus antecessores recentes, fazendo um discurso para o público, mas impondo ataques e sacrifícios aos educadores e demais servidores que prestam os serviços públicos relevantes para a nossa população”, sublinha.

A dirigente sindical enfatiza que estudo técnico apresentado ao governo, com base em dados oficiais, mostra que o pagamento da data-base não oferece nenhum risco às finanças do estado. Conforme Cátia Castro, Ratinho Junior recebeu a gestão com o mais baixo índice de gasto com pessoal dos últimos dez anos e com aumento das principais fontes de arrecadação.

Pauta em defesa da educação

As reivindicações dos trabalhadores em educação vão além da exigência do imediato pagamento da data-base. A pauta inclui medidas trabalhistas e educacionais, entre elas garantias dos direitos dos professores temporários, contratados por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS), abertura de concurso público e garantias salariais e de condições de trabalho para funcionários de escolas.

“Também exigimos que o governador retire o Projeto de Lei Complementar 4/2019, que tramita na Assembleia Legislativa. Essa proposta destrói a carreira do funcionalismo público estadual”, enfatiza Cátia. Os pontos de reivindicação incluem ainda defesa de previdência pública, humanização da perícia médica no estado, melhoria do atendimento à saúde dos servidores e concessão de licenças especiais previstas em lei, entre outras medidas.

Agenda da greve

Nesta terça-feira, 18, os educadores farão mobilização na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) e no Palácio Iguaçu. De 17 a 24 de junho, serão realizadas plenárias e reuniões em escolas e comunidades, formação de comandos de greve, distribuição de carta a estudantes, pais e mães e pressão nos deputados estudais.
A greve unificada dos servidores iniciará na manhã do dia 25 de junho.


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