O lado argentino do Parque Nacional do Iguaçu foi fechado para o público no final da manhã desta sexta-feira (2), devido ao feriado nacional decretado pelo governo federal após o atentado contra a vice-presidente Cristina Kirchner. Os visitantes que se encontravam dentro da unidade de conservação foram orientados a sair. O dia ontem, no país vizinho, foi marcado por mobilizações e protestos contra a tentativa de homicídio, no início da noite de quinta-feira (1º de setembro).
“Devido aos eventos conhecidos publicamente, o Parque Nacional do Iguazú, e todos os parques nacionais, estarão fechados para turistas. De acordo com o portal LaVozDeCataratas, a venda de ingressos para o atrativo foi suspensa por volta das 11h, quando chegou a comunicação sobre o feriado nacional decretado pelo governo do presidente Alberto Fernández.
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Os turistas que estavam dentro do parque no momento da decisão pelo fechamento, tiveram que sair gradativamente após a visita ao atrativo. As excursões ou visitantes com horários já agendados, receberam comunicados que os ingressos serão remarcados nos próximos dias. As informações são do GDia
Apreensão
Um clima de inquietação tomou conta da Argentina ontem (2), quando cidadãos acordaram abalados após o atentado contra a vice-presidente, que saiu ilesa devido a um defeito mecânico na arma usada. O agressor apontou a arma – que as autoridades disseram estar carregada – para Cristina, do lado de fora da casa dela no centro de Buenos Aires, à queima-roupa, mas a arma não disparou.
A Agência Brasil reportou que políticos de todos os segmentos da Argentina condenaram o ataque, que ocorreu em meio a tensões políticas agudas e a uma crise econômica impulsionada por dívidas e inflação descontroladas. Horacio Rodríguez Larreta, prefeito de oposição da cidade de Buenos Aires, chamou o ataque de “ponto de virada na história democrática do país”.
Ele proferiu comentários semelhantes aos do presidente Alberto Fernández exigindo justiça rápida. O papa Francisco falou por telefone com a vice-presidente, para expressar sua solidariedade, informou Cristina em comunicado. Líderes da região também criticaram o ataque.
Contexto
“Foi deplorável, repreensível, mas ao mesmo tempo, eu diria, milagroso, porque ela está bem”, disse o presidente mexicano de esquerda, Andrés Manuel López Obrador. Cristina Kirchner enfrenta acusações de corrupção ligadas a suposto esquema de desvio de recursos públicos enquanto foi presidente, de 2007 a 2015. Um promotor pediu sentença de 12 anos de prisão contra ela.
A vice-presidente nega irregularidades. Seus apoiadores foram às ruas e se reúnem diariamente do lado de fora de sua residência. O gabinete do presidente Fernández pediu o fim de uma “retórica de ódio”, enquanto Rodríguez Larreta acrescentou: “Hoje, mais do que nunca, todos os argentinos precisam trabalhar juntos pela paz”.
O ataque, de um brasileiro, foi transmitido em todo o país, com imagens ao vivo que mostraram a arma sendo apontada para o rosto de Cristina, antes de ela se abaixar e cobrir o rosto com as mãos. Oscar Parrilli, senador da coalizão governista próximo à vice-presidente, disse à rádio local que ela estava em choque, mas que, “por sorte, tem seu espírito, seu temperamento intacto”.
A polícia prendeu um suspeito identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos.
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