Apenas 32% das crianças iguaçuenses estão vacinadas contra a poliomielite; o vírus já foi identificado em 45 países
A baixa adesão à vacina contra a Poliomielite coloca crianças menores de 5 anos de idade em situação de vulnerabilidade para o vírus que compromete o sistema neurológico e pode levar à óbito. A paralisia infantil estava eliminada no Brasil, porém, voltou a assombrar antes da pandemia do coronavírus, com a queda nos números de vacinação.
Em Foz do Iguaçu, apenas 32% da faixa etária tomaram o imunizante, apesar das frequentes campanhas de vacinação e ações para sensibilizar a população, executadas pela Secretaria Municipal de Saúde. A Campanha Nacional prevista para todo o mês de agosto foi prorrogada até 30 de setembro e, ainda assim, os números estão distantes da meta.
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A secretária de Saúde, Jaqueline Tontini, alerta que não há tratamento específico para a Poliomielite e a manutenção de uma cobertura vacinal adequada é fundamental para manter a população livre do vírus. “Nos últimos anos, as taxas de vacinação contra a doença caíram consideravelmente. A cobertura recomendada é de 95%”.
Para melhorar a proteção, até o final deste mês, o município está intensificando o trabalho de campo, por meio dos Agentes Comunitários de Saúde (busca ativa), e ampliando as estratégias de vacinação. Entre elas, uma parceria com os Rotarys Clubs de Foz do Iguaçu.
Neste sábado (17), a ação acontece na Unidade Básica de Saúde Jardim São Paulo II, das 9h às 15h. Além de atualizar a carteirinha vacinal, as crianças vão poder se divertir em brinquedos infláveis, cama elástica, com pipoca, algodão doce e a presença da trupe Risoterapia.
Risco alto
Adriana Izuka, coordenadora do Programa Municipal de Vacinação, ressalta que nos últimos anos as pessoas deixaram de se vacinar e a pandemia agravou o problema. “Se a cobertura vacinal continuar a diminuir, existe uma ameaça de ocorrência de casos no Brasil, como nos Estados Unidos e em alguns países da Europa e do Oriente”, alertou.
Segundo a coordenadora, a transmissão do vírus se dá por meio do contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca das pessoas contaminadas. “A única barreira para a Poliomielite é a vacina. Contamos com o comprometimento das famílias para proteger nossas crianças”, finalizou.
Alerta mundial
A Poliomielite foi identificada em 45 países que estão em situação de alerta, 33 deles em surto e dez com maior ou menor escala de alto risco de surto. O Brasil está entre os cinco países da América do Sul (Argentina, Paraguai, Bolívia, Equador e Brasil) e o Panamá (América Central), com eminência de retorno da doença.
O estado de endemia foi declarado no Paquistão e Afeganistão. A ausência de vacinação foi apontada em pelo menos 28 nações. No universo brasileiro, o índice de abstenção da vacina é de 70%.