Foz tem 884 alunos com autismo e outras deficiências matriculados nas escolas e Cmeis
Juliana Aparecida Muller é mãe do pequeno Lorenzo, de três anos, aluno do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Nídia Benitez, no Cidade Nova. Com o apoio recebido pela equipe pedagógica da unidade de ensino e os encaminhamentos dados pela Diretoria de Educação Especial da Secretaria da Educação, Juliana recebeu recentemente a confirmação do diagnóstico do filho: transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
Em meio a um cenário de dúvidas, Juliana encontrou no Cmei o atendimento que precisava para o filho, com acolhimento e aceitação às diferenças. “As professoras e toda a equipe cuidam muito bem dele, respeitam o tempo dele e o tratam com muito amor e carinho. Hoje o Lorenzo é uma criança muito mais tranquila”, conta.
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Para chegar ao diagnóstico, um trabalho conjunto foi realizado entre escola e família. “Eu percebia que ele andava com as pontas dos pés, enfileirava os brinquedos, tinha dificuldade na fala e muitas vezes era agressivo. Foi quando as professoras também me alertaram destes comportamentos e orientaram a buscar o diagnóstico. Hoje ele é uma criança muito mais calma e atendida em suas necessidades”, explica.
Na Escola Municipal Cândido Portinari, no Jardim Petrópolis, a família do aluno Douglas, do 4º ano, também encontrou um ambiente acolhedor e profissionais capacitados em trabalhar a inclusão. Douglas foi diagnosticado com TEA aos três anos de idade. “Quando ele chegou à escola foi muito bem recebido. Eu percebo o preparo das professoras e o cuidado delas com o bem-estar dele. Eu percebo a inclusão efetiva e não a integração. A integração é quando a criança com autismo precisa se adequar ao meio, e a inclusão é quando o meio se adequa para receber o deficiente, e na escola municipal é o que acontece”, revela Patrícia Ribeiro, mãe do Douglas.
Ela conta que relutou em trocar o filho de escola, mas que encontrou na Cândido Portinari uma aliada. “Observo a preocupação cuidadosa da diretora em explicar para os demais alunos a diferença do Douglas. Ele tem um temperamento explosivo e não consegue lidar com frustações facilmente, o que pode afastar e assustar os coleguinhas e ela (diretora) explica as condições dele, o que faz ele se sentir compreendido”, disse.
“Saber que temos a escola como nossa aliada é muito prazeroso e satisfatório. São pessoas que estão me ajudando e não apenas fazendo o papel pedagógico, mas formando novos cidadãos. Tenho muita gratidão por toda a equipe”, comentou.
Trabalho pedagógico
A inclusão é parte do processo de ensino-aprendizagem na rede municipal de ensino, que tem hoje 884 alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades/superdotação e transtornos funcionais específicos. Na educação infantil (Cmeis), são 391 alunos autistas e 46 com outras deficiências. No ensino fundamental (escolas), são 284 crianças diagnosticadas com autismo e 163 com outras deficiências.
“A inclusão é muito mais que receber o aluno no ambiente escolar, é também entender suas necessidades, respeitando-o como sujeito e oferecendo situações favoráveis a aprendizagem”, explica a diretora de educação especial Vanessa Aquino.
Os alunos com deficiência matriculados no ensino regular, após estudo de caso feito pela Equipe de Educação Especial, são acompanhados por profissional de apoio escolar, que atuam como mediadores no processo de ensino-aprendizagem, orientando também nos momentos de higiene, alimentação e locomoção.
Estrutura
A rede municipal de ensino conta ainda com salas de recursos multifuncionais, que são utilizadas no contra turno escolar. As salas são organizadas com material didático, recursos pedagógicos, tecnológicos e de acessibilidade para a oferta do Atendimento Educacional Especializado.
Existem ainda as classes especiais, onde o professor especializado utiliza métodos, técnicas, procedimentos didáticos e recursos pedagógicos conforme série/ciclo/etapas iniciais do Ensino Fundamental.
Para assegurar que todos os alunos com transtorno do espectro autista e outras deficiências tenham seus direitos garantidos e respeitados, a Secretaria da Educação acompanha de forma constante o trabalho desenvolvido nas instituições de ensino além de promover formações para professores e equipes pedagógicas. Neste ano, quase 20 capacitações já foram ofertadas.