As equipes do núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) realizaram, na manhã desta quinta-feira (19), uma nova operação sobre suposta prática do crime popularmente conhecido como “rachadinha” na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. A suspeita é que o vereador Edmilson Galhardo (Republicanos), exigia o repasse dos vencimentos dos assessores nomeados para seu gabinete, além da possível nomeação de “funcionário fantasma”.
Destaca o GDia que ao todo foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. As ordens foram deferidas pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Foz do Iguaçu e executadas na residência do parlamentar, bem como em seu gabinete na Câmara. Foram recolhidos aparelhos celulares, documentos, computadores, valores em espécie e objetos ilícitos em poder do investigado.
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O material irá auxiliar na apuração de investigação que busca desvendar crimes contra a Administração Pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro. “O vereador em tese exige ou exigiria o repasse de parte dos vencimentos dos assessores nomeados no seu gabinete e a possível existência de funcionário fantasma no mesmo gabinete”, disse o Promotor de Justiça, Thiago Lisboa Mendonça.
“A próxima fase da operação será a análise de toda a documentação apreendida juntamente com a análise das informações bancárias e fiscais cuja quebra já foi autorizada pelo juiz”, concluiu Mendonça. O Ministério Público ainda cita que há muita materialidade das denúncias.
Investigação
Em nota, a Câmara Municipal fez esclarecimentos sobre a operação “Parceria” do GAECO. “O Legislativo informa que a Casa de Leis recebeu a presença de policiais para verificar apenas o gabinete do vereador investigado. A Câmara Municipal ressalta que já apura os fatos mencionados na operação por meio de uma Comissão Processante, criada pela presidência, por meio de portaria”.
“Desde já a Câmara Municipal reitera o compromisso com a transparência pública e total colaboração com o órgão investigativo”, conclui o comunicado. O vereador Edivaldo Alcântara (PTB), que é presidente da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI) criada para apurar denúncias contra Galhardo, disse que já foram ouvidas mais de 10 pessoas.
“Incluindo o réu e temos um prazo de cinco dias para alegações finais”, informou Alcântara. Que concluiu: “Depois a comissão irá apresentar um relatório que sim, irá a votação na Câmara e teremos uma resposta pela cassação ou não antes de dezembro”.
Outro lado
A defesa do vereador se manifestou em nota sobre a operação do GAECO. “As diligências realizadas na casa do vereador Galhardo foram acompanhadas pelo seu procurador, Dr. Luis Sampaio Valle, todavia, no presente momento, não é possível manifestar-se com relação aos fatos em questão, considerando que os autos que desencadearam tais medidas encontram-se em segredo de justiça”, diz o texto, assinado pelos advogados Eduardo Luis Sampaio Valle e Vanessa Guilherme de Freitas.
Os procuradores, segundo a nota, já solicitaram habilitação nos autos originários, visando se inteirar dos fatos com precisão. “Todavia, como o expediente forense inicia-se apenas após as 12:00, faz-se necessário aguardar o deferimento dos pedidos de acesso aos autos pelo magistrado, para que então aja um pronunciamento com maior clareza”, concluem os advogados.