Unidade estadual de ensino deve suspender atendimento integral a mais de 200 alunos com deficiência, para dar lugar a Fundação terceirizada
A comunidade da Escola Estadual José Richa – Modalidade Educação Especial, em Curitiba, está vivendo uma situação muito difícil. A unidade escolar tem sido alvo de especulações do Governo do Estado para ser entregue a uma associação filantrópica, e deixará de atender cerca 200 alunos em período integral.
Diante do impasse, pais e professores se uniram para organizar um abaixo-assinado contra a interrupção dos trabalhos que dará lugar a um serviço ainda desconhecido, por parte de uma organização terceirizada, a Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional, pelos próximos 20 anos.
“Temos uma lista de espera de aproximadamente 500 estudantes para o próximo ano, deixando sem acesso ao ensino crianças e adolescentes com deficiência intelectual, múltipla associada e TGD com vulnerabilidade social. Isso representa um grande prejuízo pedagógico e social a comunidade escolar”, avaliam os organizadores do manifesto.
Para o deputado Requião Filho, é preciso que o Estado explique esse movimento desnecessário, e qual será a alternativa – caso isso ocorra – para que pais, professores, alunos e funcionários não fiquem disparados.
“Se a nova fundação não conseguir manter os alunos no período integral, garantindo-lhes acesso a educação gratuita, estaremos vivendo um retrocesso. É preciso que o Governo se explique e ofereça, ao menos, uma alternativa a todas essas pessoas que serão impactadas com essa mudança radical”, afirmou.
“Havíamos solicitado no ano passado que fossem adotadas providências, mas não esperávamos que o Governador abrisse mão de seu compromisso de cuidar do nosso patrimônio público e providenciasse a terceirização até isso, por não saber fazer o que lhe cabe. Não podemos deixar nossos alunos e educadores do ensino público desamparados, tampouco sem contar com um projeto definitivo do Estado para solucionar estes problemas”.