Entrega de faixa presidencial por uma catadora aponta a vanguarda da cidade em apoio aos trabalhadores da economia verde
A simbólica e emblemática participação da catadora Aline Souza na entrega da faixa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo, 1º de janeiro, mostrou a importância de programas de apoio aos trabalhadores da chamada economia verde. E Foz do Iguaçu não fica atrás, muito pelo contrário, tem um programa referencial de coleta seletiva que em 2022 movimentou mais de 2,1 mil toneladas de materiais, garantindo a geração de renda para 140 famílias.
Além disso, tem sete Unidades de Valorização de Recicláveis (UVRs) nas principais regiões/bairros do município e vai construir mais duas, dentro do plano de expansão do programa. Cinco cooperativas administram as unidades que têm equipamentos para triagem e armazenamento (esteira, balança, prensa, etc) e um caminhão para o transporte dos materiais.
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Aline Souza, que colocou a faixa em Lula, preside uma rede de cooperativas de recicladoras e é uma das articuladoras nacionais do movimento. “Sem dúvida um dos momentos mais importantes da posse do presidente, especialmente pelo reconhecimento dos catadores que batalham todos os dias, enfrentam a invisibilidade social, para garantir o sustento de suas famílias. Foz do Iguaçu é destaque nacional com programa exemplar”, destacou o prefeito Chico Brasileiro.
Modelo
O programa iguaçuense foi implantado em junho de 2018 e se tornou referência em conservação ambiental, atendendo 100% dos imóveis das áreas urbana e rural do município, com o recolhimento semanal dos materiais no formato porta a porta. “Esta iniciativa foi ampliada recentemente, passando de uma cooperativa contratada para cinco”, destacou o prefeito.
“Porém, todo o trabalho pode ser acompanhado pelos moradores através de um mapa interativo disponibilizado na internet pela Secretaria de Meio Ambiente”, ressaltou.
Pelo programa, o número de catadores cooperados passou de 70 para 140. “Os trabalhadores também tiveram aumento na renda mensal, que passou de R$ 700, no início do programa, para os atuais R$ 1,6 mil em média, valor compatível ao salário regional do Paraná e acima do salário mínimo nacional, melhorando o poder de consumo das famílias”, disse Chico Brasileiro.
Caçambas e sacolas
O prefeito lembra que as ações de educação ambiental, instalação de caçambas e aumento do números de cooperativas, foram alguns dos fatores para a melhoria dos resultados do programa. “Somente no ano passado, houve um aumento de mais de 500 toneladas de resíduos coletados, chegando a 2.141 toneladas recolhidas, contribuindo com a geração de renda dos catadores, que fazem a operação do serviço, colaborando com a preservação ambiental”, completou
O programa conta ainda com diversas outras ações. No ano passado, a Secretaria de Meio Ambiente entregou 60 mil sacolas para coleta de recicláveis. Além de divulgar o programa, as sacolas incentivam a participação dos moradores com orientação sobre a destinação correta dos resíduos.
Em 2022, quatro UVRs, Jardim das Palmeiras, Bairro América, Três Lagoas e Morumbi, se tornaram “ecopontos” para descarte de materiais volumosos, como restos de móveis e de materiais de construção. Além dessas, o descarte também pode ser feito nas caçambas comunitárias espalhadas em diversas regiões do município. No ano passado, foram instaladas 697 caçambas, somando quase 910 toneladas de resíduos recolhidos.
Biodigestores
Em novembro, o prefeito Chico Brasileiro lançou o projeto de instalação de biodigestores, que transformam resíduos orgânicos em gás de cozinha e biofertilizante, em próprios públicos. O projeto também é inédito no Paraná.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, foram instalados 30 equipamentos em 10 escolas municipais, 10 centros municipais de educação infantil, seis UVRs, no Centro de Educação Ambiental, no Horto Municipal, e duas no Bubas (ocupação urbana em processo de regularização com mais de 10 mil moradores).
Cada biodigestor recebe 10 quilos de resíduo orgânico/dia e entrega, em média, 10 litros de biofertilizante por dia e de dois a três botijões por mês de biogás para uso doméstico. A iniciativa resulta em economia, preservação ambiental e posiciona Foz do Iguaçu como uma cidade referência em sustentabilidade. Até o final de 2023, mais 70 equipamentos serão instalados.