A reabertura dos acessos que existiam no antigo Trevo do Charrua (rotunda em frente ao CTG Charrua, na área urbana da BR-277), é uma antiga cobrança de moradores e comerciantes das regiões da Vila A de Itaipu, Jardim Canadá, Parque Presidente I e II e diversos outros bairros na região próxima à entrada de Foz do Iguaçu. Desde que a estrutura foi fechada no primeiro semestre de 2020, após a conclusão do viaduto da Avenida Costa e Silva, as reclamações começaram e várias soluções foram apontadas, porém nenhuma foi aprovada, num primeiro momento pela concessionária da rodovia, nem pelo Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
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Destaca o GDia que no início do ano, uma família de cidadãos paraguaios seguia para férias no Brasil, durante a madrugada, e o condutor do veículo não percebeu a existência de um canteiro redondo no meio da pista, perdeu o controle e uma criança acabou perdendo a vida no incidente. Situações assim tem sido comum no local, que já recebeu sinalização, mas devido ao trecho de alta velocidade, acaba surpreendendo quem transita pelo local, especialmente no período noturno.
A resolução definitiva para o trânsito no local, passa por uma intervenção de engenharia, mais precisamente pela construção de uma trincheira sob a rodovia. Esta é a avaliação que chegou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), responsável pelo patrulhamento e fiscalização do trecho de via. “Bom, o trevo do Charrua todos sabemos, já estava aqui em Foz do Iguaçu desde 2006 e sai por um período depois voltei, é sempre um ponto crítico de acidentes”, explicou o inspetor Marcos Pierre, da Delegacia da PRF.
“Então foi fechado”, recorda o inspetor. “Naquele acesso, os índices de acidentes caíram de forma vertiginosa nesse período (desde o fechamento do trevo que existia em frente ao CTG Charrua). Tivemos ali muitos acidentes graves no período enquanto ele estava aberto a circulação”, informou Marcos Pierre, em entrevista ao Jornal da Manhã da Rádio Cultura. “E hoje, qual é a perspectiva da PRF?”, indagou.
Para em seguida responder: “Ali, naquele trevo, é necessário uma obra de engenharia. E a nossa sugestão é uma trincheira, algo que possa realmente e efetivamente liberar o acesso, dos dois lados da rodovia e que sabemos, toda área é residencial e a área comercial, da região da Vila A”. Segundo o inspetor, é importante ter um cruzamento para o lado central de Foz do Iguaçu e também no sentido contrário. “Mas também não podemos deixar de lado a segurança viária. Então esse é um ponto específico”, ressaltou.
Paliativos
Marcos Pierre destacou que a PRF tem trabalhado em conjunto com o órgão executivo de trânsito, que é o DNIT, para fazer as melhorias no local. “Inclusive foi feito uma sinalização melhor. Nos últimos meses melhorou, mas sabemos que é um ponto crucial”. Se for liberado o fluxo da forma como está hoje, na região do trevo, “com certeza”, vão aumentar os índices de acidente, como revelam as antigas estatísticas.
“Principalmente nos horários de maior fluxo, que são por volta de 8 horas da manhã e por volta das 18 horas da tarde”, recordou o inspetor, em referência aos horários de pico no luxo de veículos devido a entrada e saída do trabalho. “Se observarmos o perímetro urbano da BR-277, temos vários outros gargalos de retornos ali, o retorno com a Avenida Costa e Silva, o viaduto com a Costa e Silva”.
“Então, o (trevo do) Charrua seria mais um ponto realmente de interseção onde teríamos as colisões transversais e aí o índice de acidentes com letalidade é muito maior. A nossa perspectiva, por parte da PRF, entendemos que ali é necessária uma obra de engenharia e a nossa sugestão é realmente a construção de uma trincheira, que aí definitivamente teremos o trânsito fluindo com mais segurança para os usuários”, concluiu.