Projeto prevê QR Code para agilizar tráfego na fronteira Brasil/Argentina

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Em períodos de feriado prolongado nos dois países ou alta temporada turística, espera para ir à Puerto Iguazú chega a durar até quatro horas

A tecnologia pode se tornar a principal aliada para acabar com um antigo problema na fronteira compartilhada pela Ponte Internacional Tancredo Neves entre Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú – Brasil e Argentina, respectivamente. O deputado da província de Misiones, Rafael Pereyra Pigerl, apresentou projeto para o preenchimento de um pré-cadastro por intermédio da internet e emissão de QR Code para reduzir as longas esperas de até quatro horas para chegar ao país vizinho, especialmente nos finais de semana, feriados prolongados e alta temporada turística.

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Destaca o GDia que os gargalos que resultam na demora pela liberação para cruzar em direção à Puerto Iguazú são a burocracia e o rigor na fiscalização na aduana argentina. A fronteira entre o Brasil e Argentina, em Foz do Iguaçu, costuma atrair um número expressivo de visitantes, que nos últimos tempos preferem optar por outros atrativos em vez de ficar horas na fila aguardando para atravessar e o mesmo tempo para retornar ao país de origem, segundo confirmam pesquisas feitas com transeuntes.

As longas filas que se formam tem sido constante alvo de críticas de empresários e representantes políticos da Argentina, que apontam queda de movimento em virtude do gargalo na aduana. Com base nestes apontamentos o deputado Rafael Pigerl elaborou seu projeto sugerindo ao governo argentino o preenchimento de um pré-cadastro e emissão de QR Code.

“Tanto Puerto Iguazú como em Posadas ou Bernardo de Irigoyen, a capacidade das aduanas fica sobrecarregada, principalmente nessa época do ano, em virtude do aumento do trânsito vicinal fronteiriço”, disse o parlamentar, em entrevista ao LaVozDeCataratas. Um dos pontos mais afetados pela demora no trânsito fronteiriço é a “feirinha”, como é mais conhecida a concentração de barracas que costuma reunir os turistas atrás de azeitonas recheadas, vinhos, queijos e também do doce de leite.

Controle

O pedido também gira em torno de um controle migratório unificado. É importante ressaltar que na fronteira entre Argentina e Uruguai, agentes dos dois países trabalham em cabines próximas. O deputado também defende o uso de aplicações tecnológicas, como totens de autoatendimento e novamente, o uso de QR Codes. “É preciso agilizar esses trâmites, pois os reflexos são sentidos em nossa cidade, na família, comércio e turismo em geral”.

Pigerl lembra que nenhuma cidade está distante mais de 50 ou 60 quilômetros da fronteira com o Brasil ou com o Paraguai. A cobrança de providências será feita de maneira imediata, já na primeira sessão ordinária da Câmara dos Deputados de Misiones, por intermédio do envio de um documento endereçado ao ministro do Interior, Eduardo de Pedro e para Florencia Carignano, da Direção Nacional de Migrações.

Perdas

Levantamento recente aponta para perdas estimadas em R$ US$ 374 milhões ou convertendo para a moeda brasileira, R$ 1,9 bilhão ao ano, provocado pela demora no acesso até Puerto Iguazú por consequência das filas intermináveis. Os cálculos são da Associação da Hotelaria, Gastronomia e Afins e Iguazú (Ahgai).

Outro braço da pesquisa, desta feita encomendada pela Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, mostra de 46% dos entrevistados, já desistiram de atravessar a fronteira entre Brasil e Argentina em função do longo período de espera, podendo chegar a mais de duas horas. Por setor, o volume de faturamento e suas respectivas perdas são: Alimentos e bebidas: US$ 120 milhões (R$ 607 milhões); Gastronomia: US$ 105 milhões (531,6 milhões); Turismo: US$ 60 milhões (R$ 303,8 milhões); Hotelaria: US$ 20 milhões (R$ 101,2 milhões) e demais setores: US$ 69 milhões (R$ 349,3 milhões).

O governo argentino alega a necessidade de ser mantido o rigor na fiscalização, amparado pelo argumento de garantir a segurança nacional.

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