Afundamento da pista provoca nova interdição da BR-277 e afasta turistas do litoral do Paraná

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Afundamento da pista provocou nova interdição da BR-277, no sentido Curitiba ao Litoral do Paraná Foto: Divulgação/PRF

Vários setores da economia do Paraná sentem o impacto do bloqueio que levou caos ao setor de transporte de cargas; Empresários do litoral lamentam cancelamentos de reservas

O tráfego de veículos pela BR-277 no sentido Curitiba ao Litoral do Paraná voltou a ser interditado depois do afundamento de parte da pista no km 33,5, na Serra do Mar, na região de Morretes. O incidente, no início da manhã de terça-feira (07), levou caos e prejuízos aos setores produtivo e de transporte de cargas. Turistas que haviam programado alguns dias nas praias estão cancelando as reservas. A situação se repete a do início da temporada de verão 2022/2023, quando ocorreram muitos cancelamentos de viagens devido aos desmoronamentos de encostas no mesmo trecho da rodovia.

Os empresários dos setores de turismo e do comércio do litoral só podem lamentar esta nova interdição da BR-277, ressaltam a Abrabar e a Feturismo (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas e Federação Paranaense de Turismo), entidades filiadas a Confederação Nacional de Turismo (CNTur). Com a notícia amplamente veiculada pela imprensa, muitos turistas estão cancelando as reservas durante o mês de março, adianta o presidente Fábio Aguayo.

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“Este é um período que ainda mantém um clima típico de verão e sempre rende algum movimento nos caixas de bares, restaurantes, casas noturnas, lojas e hotéis, devido aos veranistas que aproveitam este período antes da chegada dos meses do inverno para curtir a região litorânea do Paraná”, disse Aguayo. “Os cancelamentos só aumentam a crise que começou na pandemia e agravou com o trânsito impedido no final do ano passado e início deste ano”, concluiu.

A empresária Luciane Novisk diz que está sendo o momento é o pior possível para o setor. Março sempre é um bom mês por ser mais quente e o fechamento da rodovia vai afetar mais. “Na minha avaliação, a temporada de bares e restaurantes que abrem a noite, já foi a pior de todos os anos, principalmente aqui no litoral. Os shows às sextas e sábados contribuíram para aumentar a crise, uma vez que os clientes iam para os eventos. Se mandasse um show por mês, estaria valendo, agora, toda semana. Em relação a BR-277, vai cair demais o movimento”, disse.

Efeito cascata

Não é apenas o setor de gastronomia, lazer e hospedagem afetados pela interdição da BR-277, principal ligação rodoviária com o litoral. O Sistema FETRANSPAR, que compõe um dos principais segmentos do setor produtivo, o de transporte de cargas rodoviário, afirma que já estuda entrar com medidas judiciais perante aos órgãos responsáveis pela gestão da rodovia. “Já tentamos de tudo e pouquíssimo foi feito nesses últimos meses”, disse em nota o presidente Coronel Sérgio Malucelli.

“Lá atrás, ainda no primeiro semestre de 2021, já havíamos alertado o Estado do Paraná de que ‘acabar com o pedágio seria um tiro no pé’, e que a melhor saída era um ‘pedágio de manutenção’, até que novas concessões assumissem o trecho. Mas, o governo em sua teimosia não nos ouviu e agora está acontecendo o que temíamos, enfrentar caos nas estradas rumo a um dos principais portos do País”, concluiu Malucelli.

A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) emitiu nota informando que o novo bloqueio da rodovia já provoca impactos significativos no escoamento da safra de soja, “em um momento que o Estado tem perspectivas de bater um recorde de produção”, disse o presidente Agido Meneguette. A fila de caminhões, que não chega ao Porto de Paranaguá, gera demurrage – taxa de estadia dos navios que permanecem atracados aguardando cargas.

“Esse dinheiro sai do bolso do produtor rural. Já temos notícias de cooperativas e traders que têm optado a escoar sua produção pelos portos de Santos, em São Paulo, e de São Francisco, em Santa Catarina, ainda que com frete mais caro”, informa a FAEP lembrando que, desde 2016, juntamente com outras entidades, vinha alertando o governo sobre as necessidades de antecipar a licitação das rodovias do Anel de Integração, cujas concessões venceram em novembro de 2021.

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