A Argentina tem que resolver a saúde para abrir fronteira, diz governador de Misiones

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Ponte Tancredo Neves que une Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú (Foto: Arquivo/Diário de Foz)

A reabertura das fronteiras da Argentina, em especial a Ponte Internacional Tancredo Neves que une Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu (Brasil), pode ocorrer até o final deste ano. A volta do ingresso ou saída livre do país, procedimento interrompido há um ano de quatro meses por decisão do presidente Alberto Fernández, depende de pelo menos dois fatores: o avanço da vacinação contra o coronavírus (covid-19) e a realização de cirurgias que estão represadas desde o início da pandemia.

Nesta quarta-feira (28) duas autoridades importantes do vizinho país se pronunciaram sobre a questão. O governador de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, ressaltou que a reabertura das fronteiras da província só vai ocorrer a partir de um entendimento das autoridades de saúde da Argentina. “Só nestas últimas duas semanas estamos vendo uma diminuição sustentada da ocupação de leitos críticos, passamos de 180, 170, 150…”, disse.

“Então, o nosso indicador, além do percentual de vacinação, é dado na ocupação de leitos”, ressaltou Oscar Herrera ao participar de uma videoconferência com profissionais de comunicação. De acordo com o portal LaVozDeCataratas, o governador que é médico informou que existem muitos pacientes à espera de tratamento e um grande percentual dos países vizinhos (Brasil e Paraguai). 

“Hoje temos um número de leitos de ocupação que é ideal, é o que temos em qualquer ano sem pandemia, mas enfim, a abertura da fronteira pode gerar que muitas pessoas de outros países que se tratam na Argentina por outras patologias negligenciadas há um ano e meio, vão para o sistema de saúde de Misiones”, comentou.

Demanda reprimida

Ele destacou que existem patologias críticas que são negligenciadas e postergadas, e que há pacientes esperando. “Temos que resolver essas questões que não serão da noite para o dia porque estamos equilibrando o sistema de saúde”. A intenção é continuar trabalhando para poder atender as demandas internas. “Assim que acomodarmos essa gestão teremos uma ideia do sistema de saúde”.

Os trabalhadores do sistema de saúde de Misiones e da Argentina estão há mais de um ano sem descanso e vão precisar de férias, afirma. “Há um estresse de saúde no recurso humano, temos que atender a demanda contida, uma vez que o sistema esteja instalado saberemos e gente dos países vizinhos vão vir se tratar”, completou.

Até dezembro

O ministro do Turismo da Argentina, Matías Lammens, prevê que as fronteiras do país poderão ser reabertas até o final deste ano, levando em conta o bom ritmo da vacinação contra a covid-19. Com isso, o turismo internacional poderá ser reativado no país, destaca a Rádio Cultura.

Uma eventual abertura do país depende ainda do Ministério da Saúde, que leva em consideração a situação sanitária. A medida traria um alívio a um dos setores da economia mais prejudicados pela pandemia, como hotelaria, gastronomia e setores que dependem do turismo receptivo.

“Acreditamos que no último trimestre vamos estar com o processo de vacinação tão avançado que nos será permitido abrir as fronteiras e ter turistas estrangeiros”, disse Lammens. Paralelamente o governo lançará o programa PreViaje, oferecendo 50% de reembolso para deslocamento pelo país, como forma de reativar a economia.

“As fronteiras próximas têm um sabor especial, não é o caso do turismo internacional que Iguazú recebe principalmente, essas pessoas virão com cartão de saúde, por isso estamos trabalhando na incorporação de mais voos”, concluiu.

Desde o início da pandemia, Puerto Iguazú contabilizou 30 mortes por complicações da covid-19. A cidade, separada de Foz do Iguaçu pelo rio Iguaçu, tem 46 pacientes ativos da doença. Na província de Misiones, o coronavírus é considerado controlado – até agora foram registrados 30,6 mil casos com 619 óbitos.

As informações são de GDia.

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