A retomada do turismo e os protocolos de segurança sanitária

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Gilmar Piolla*

Foz do Iguaçu adotará protocolos rígidos de segurança sanitária para a retomada das atividades turísticas. Com isso, destino será o primeiro do Brasil a estabelecer medidas concretas para combater a disseminação do novo coronavírus (COVID-19).

O ponto de partida do plano de retomada consiste na elaboração de protocolos de segurança sanitária para as diferentes atividades turísticas, desde os atrativos, passando pelos meios de hospedagem, organização de eventos, agências de turismo receptivo, transporte turístico e serviços de buffet, dentre outras. A proposta é que cada setor tenha o seu protocolo específico e que os estabelecimentos assinem um Termo de Responsabilidade Sanitária, que deve estar disposto em lugar visível ao público.

Neste sábado, com a presença do prefeito Chico Brasileiro, do secretário municipal de Saúde, Nilton Bobato, e da equipe técnica de Epidemiologia, reuniremos lideranças das entidades representativas do setor, coordenadas pelo Conselho Municipal de Turismo – Comtur, para dar início à montagem dos protocolos de segurança sanitária.

Após a definição de cada um desses protocolos, as empresas terão que se adequar às novas regras e, a partir do momento que atenderem às exigências, serão autorizadas a retomarem parcialmente suas atividades.

Mas o retorno será opcional, de acordo com o planejamento de cada estabelecimento e conforme aumento da demanda. Pequenos hotéis e pousadas, por exemplo, possuem um custo operacional mais baixo que os resorts e poderão voltar antes, desde que cumpram os requisitos.

Com esse plano, queremos que Foz do Iguaçu seja reconhecido como um destino que inspira confiança, que está preocupado com a saúde pública e o bem-estar dos turistas. Esta é a nova imagem que iremos construir. Os protocolos de segurança sanitária serão o nosso selo de garantia daqui para frente.

Precisamos estar cientes de que essas medidas são necessárias, são o nosso novo normal, pois estamos enfrentando um vírus poderosíssimo, que parou o mundo; colapsou os sistemas de saúde; colocou nações, até então conhecidas como superpotências, de joelhos;

vitimou mais de 200 mil pessoas; arruinou a economia global e provocará a fome e a pobreza em mais de 500 milhões de pessoas. É um vírus 80 vezes mais potente que uma gripe comum e 10 vezes mais letal que o H1N1 (gripe suína, que surgiu em 2009).

Também devemos estar cientes que esses novos tempos exigem mudanças de hábitos. O novo coronavírus nos obriga a pensar e agir fora da curva. Por isso, não vejam os protocolos de segurança sanitária como algo excêntrico da nossa parte.

A previsão de infectologistas e da própria Organização Mundial de Saúde – OMS é de que o vírus veio para ficar, fará parte do nosso cotidiano de forma intermitente e levará tempo até o surgimento de uma vacina que assegure imunidade para todos.

Até lá, precisamos encontrar formas de conviver com ele, minimizando os riscos. É a única saída possível e imaginável. Ou a sobrevivência da humanidade estará em perigo.

Entendemos que o retorno das atividades turísticas será lento e gradual após a curva descendente da pandemia. Sejamos realistas. O segundo trimestre está praticamente perdido. Não há motivos para acreditar que os brasileiros viajarão a lazer nos meses de maio e junho, em meio à pandemia.

Só por extrema necessidade, a negócios ou motivos particulares. Movimento deverá começar, vagarosamente, no terceiro trimestre (de julho em diante), poderá melhorar a partir de outubro e ganhar velocidade na alta temporada.

Acreditamos, no entanto, que o cenário mudará radicalmente quando tivermos uma vacina contra o vírus. Quando isso acontecer, o turismo retornará com muita força.

Nosso foco prioritário será o turismo regional e rodoviário, sobretudo aquele em que as pessoas viajam com o seu próprio veículo. A seguir, buscaremos o turista nacional, dos países vizinhos e da América do Sul. Na sequência, o turismo de eventos. E, por fim, os turistas estrangeiros das demais nacionalidades e de todos os continentes.

Com o seu dinamismo econômico, por englobar um conjunto de mais de 50 atividades produtivas interligadas, o turismo tem uma capacidade incrível de superação, de autorregenerar-se. Mais do que qualquer outro setor da nossa economia. Afinal, viajar está no DNA do ser humano.

A curiosidade, a exploração, a descoberta… Viajar é viver o verdadeiro sentido da liberdade. Sonhos só foram adiados e serão retomados quando isso tudo passar.

Juntos, com o apoio de todos e com a governança da Gestão Integrada do Turismo, vamos superar essa crise.

Gilmar Piolla é secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu

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