Um xarope à base de água e açúcar, com uma pitada leve de sal e uma colher rasa de suco de limão. Essa foi a receita da alimentação suplementar elaborada por técnicos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) para garantir a saúde das colônias de abelhas que compõe o Projeto Poliniza Paraná durante o inverno.
A estratégia é necessária porque em períodos mais frios e chuvosos há escassez de flores em pontos específicos do Paraná como Curitiba, e, por consequência, de néctar e pólen, peças-chave da nutrição das abelhas sem ferrão. Assim, para conservar a reserva energéticas das colônias, a suplementação é feita semanalmente, de uma a duas vezes.
“É um modo concentrado que servimos para as abelhas em temperatura ambiente, com uma complementação. Isso garante todo o alimento necessário para que esses insetos tenham condição de exercer o seu papel na natureza”, explica a coordenadora de Patrimônio Natural e Educação Ambiental da Sedest, Nara Lúcia.
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As abelhas são responsáveis por aproximadamente 90% da polinização das espécies nativas do bioma da Mata Atlântica e 70% do total das plantas cultivadas e utilizadas na alimentação humana. Atraídas pelo cheiro e pelas cores, as abelhas voam de flor em flor, transportam o pólen e promovem a reprodução das plantas. Além disso, garantem a produção de frutos de melhor qualidade e com maior número de sementes.
“É importante garantirmos a saúde das abelhas porque a perda de polinizadores é uma ameaça à segurança alimentar, reduz a diversidade de espécies e com isso compromete a sustentabilidade dos ecossistemas”, destaca a coordenadora.
O Poliniza Paraná, implementado pelo Governo do Estado em 2022, consiste na instalação de meliponários em áreas verdes do Paraná, em municípios que demonstram interesse na multiplicação das ações visando à conservação e preservação ambiental. Atualmente, 29 municípios e 10 Unidades de Conservação são beneficiadas pelo projeto.
Além da conservação e preservação como estratégia pedagógica, o Poliniza Paraná incorpora também ações voltadas à educação ambiental atuando para sensibilizar e engajar a sociedade sobre a importância dos polinizadores na conservação da biodiversidade e na produção de alimentos.
“As abelhas contribuem diretamente para a produção de alimentos, visto que muitas culturas agrícolas dependem da polinização para gerar frutos e sementes de qualidade. Sua ação também fortalece os solos, regula o ciclo ecológico e auxilia na mitigação das mudanças climáticas”, explica Nara.
A proposta é um dos meios de se alcançar as metas definidas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), relacionado principalmente ao objetivo 15 – Vida Terrestre. O programa também pretende transformar o Paraná em referência na preservação das abelhas nativas, chamadas de melíponas.
PREMIAÇÃO
Em 2022, o sucesso do projeto garantiu o 2º lugar no 9º Prêmio A3P, na categoria “Destaque da Rede A3P”, concedido pelo Programa Agenda Ambiental na Administração Pública, do Ministério do Meio Ambiente. O prêmio reconhece o mérito de iniciativas de organizações pública na promoção e realização de melhores práticas de sustentabilidade.
No ano passado, o Poliniza foi escolhido pela principal instituição de gestão de projetos do mundo, a Project Management Institute (PMI), como um dos 20 projetos mais influentes de 2024 da América Latina.
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