Show com luzes de giroflex e sirenes representou ato de abuso de autoridade, dizem entidades, que defendem sanção da lei
A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar) a Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Lazer do Paraná (Feturismo) repudiam a forma truculenta e espetaculosa apresentada pelos agentes envolvidos na Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) da última sexta-feira (16) em Londrina, no Norte do Estado.
A operação, sob o argumento de “proteger a dignidade da pessoa humana”, envolveu 5º BPM (Batalhão de Polícia Militar), Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), Secretaria Municipal da Fazenda, Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Conselho Tutelar e Vara da Infância e Juventude.
A atuação, que tentam qualificar afirmando que “foi respeitada a integridade física e moral dos frequentadores e profissionais”, na prática se constituiu um abuso de autoridade. “E esta conversa, este papo furado não se sustenta dentro da categoria e de seus representantes e clientes”, diz o diretor Fábio Aguayo, em nome dos associados da Abrabar e Feturismo.
As entidades discordam dos argumentos oficiais de legalidade para justificar a operação em bares, danceterias e casas noturnas da região central de Londrina. “Consideramos uma verdadeira aberração esta afirmação, transgrediram todos os direitos de nossos representados. Procuraram pelo em ovo e tentavam achar qualquer coisa que pudesse embasar suas ações”.
Cortina de fumaça
“Na verdade, foram fazer uma ação espetaculosa e circense para distrair os problemas sérios da população de Londrina, que vive o caos na área da segurança pública”, ressaltam. Na avaliação das entidades, essas “ações midiáticas” servem somente como pano de fundo para evitar o que precisa ser feito, que é o combate aos marginais que “estão a solta na cidade, traficando e roubando a vontade”.
“Para os agentes da Aifu e da segurança pública, o que interessa é reprimir o direito ao lazer e entretenimento das pessoas, especialmente cercear o direito de trabalhar de nossa categoria”, ressalta Fábio Aguayo. “Houve intimidação. Quem não estava nos bares se assustou com a forma com que a operação foi concebida”, diz.
Aguayo conta que as entidades receberam diversas reclamações dos proprietários, que prometeram desta vez vão procurar a Justiça e as corregedorias de cada órgão para fazer uma reclamação formal e buscar os reparos no judiciário contra os agentes e gestores públicos “Agora sabemos da importância da aprovação da Lei de Abuso de Autoridade para enquadrar estes agentes e fiscais que se acham acima da lei”.
Abuso de autoridade
“Estamos na campanha pela sanção da lei recentemente aprovada no Congresso Nacional”. De acordo com o diretor, é preocupante saber que em Londrina não estão seguindo a nova ordem no Brasil e no Governo do Paraná, que é valorizar o empreendedor.
“Temos visto ações como o fim da burocratização, principalmente acabar com a indústria da multa e estas ações vão contra este novo momento”, afirma. “Estão procurando desculpas para atrapalhar a geração ou manutenção de empregos e a verdadeira dignidade humana que dizem defender ou proteger”, completou Aguayo.
O representante da Abrabar e Feturismo informa que a reclamação está sendo encaminhada ao governador Ratinho Junior, ao prefeito Marcello Belinati, e ao secretário estadual de Segurança, Coronel Marinho.
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