Abrabar cobra transparência no Paraná nas intoxicações e mortes por metanol e pede exemplo de São Paulo

Os órgãos públicos paulistas anunciam os casos dando a origem de onde veio e o que foi. Prenderam muita gente e fecharam pontos de distribuição clandestina

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Abrabar cobra mais transparência para evitar especulações e exposição de estabelecimentos que trabalham com bebidas com procedência legal Foto: Divulgação/Governo de SP

A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) fez um novo apelo às autoridades do Paraná para que sigam o exemplo do estado de São Paulo e deem maior transparência aos casos de intoxicação e mortes causadas por metanol. A entidade defende que a divulgação de informações completas é essencial para identificar a origem das bebidas adulteradas e evitar novas vítimas.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Paraná já registrou seis casos confirmados de intoxicação por metanol, resultando em três mortes, nas cidades de Foz do Iguaçu, Curitiba e Almirante Tamandaré. O presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, criticou a falta de clareza na comunicação dos casos, permitindo a divulgação e prevenção dos cidadãos, e cobrou uma atuação mais coordenada do poder público.

“Lá em São Paulo eles estão tratando o assunto com uma frente conjunta de investigação, praticamente uma força-tarefa”, afirmou. “Os órgãos públicos paulistas anunciam os casos e logo identificam a origem – de onde veio e o que foi. Prenderam muita gente e fecharam vários pontos de distribuição clandestina”, destacou.

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Aguayo comparou a postura paulista com a adotada no Paraná, que, segundo ele, tem se limitado a divulgar os óbitos sem informar as circunstâncias das intoxicações. “Aqui estamos apenas divulgando as mortes, sem rastreabilidade. Não se fala o básico: se foi em algum estabelecimento comercial, festa, ambulante ou clandestino”. 

“De onde veio? Precisamos identificar como essas pessoas se intoxicaram e onde adquiriram a bebida”, questionou o dirigente. Para o presidente da Abrabar, apenas com essas respostas será possível interromper o ciclo de distribuição de bebidas adulteradas e punir os responsáveis.

Caminho do crime

“Só assim entenderemos a forma de distribuição desse lote falsificado e chegaremos aos autores da adulteração, como está ocorrendo em São Paulo”, frisou Aguayo. Ele também alertou que a falta de informações oficiais coloca todo o setor de bebidas sob suspeita. 

No estado paulista, a imprensa traz informações detalhadas sobre os pacientes intoxicados e onde compraram ou consumiram bebida batizada. No caso citado, o presidente da Abrabar se referia a uma reportagem do G1 (Globo) reunindo tudo o que se sabe até agora sobre a crise do metanol em São Paulo, indicando o procedimento das adulterações, fábricas clandestinas e quem são as vítimas.

“Da forma como os casos estão sendo expostos, todas as atividades econômicas que comercializam bebidas alcoólicas ficam sob desconfiança – supermercados, mercearias, padarias, lojas de conveniência, bares, restaurantes, casas noturnas, adegas e distribuidoras”, completou.

A Abrabar reforçou que está à disposição das autoridades para colaborar nas investigações e na conscientização sobre os riscos do consumo de bebidas de procedência duvidosa. A entidade, que é filiada a Confederação Nacional de Turismo (CNTur), é autora da proposta em trâmite na Assembleia Legislativa, que cria o selo “Bebida Legal”, para os estabelecimentos que comercializam apenas bebidas com procedência.


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