Novas modalidades de crimes praticados com uso de tecnologia têm gerado dores de cabeça para clientes e consumidores e prejuízos para donos de bares e restaurantes
A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) reforçou nesta sexta-feira (14) a atenção para a verdadeira “epidemia” de perfis fakes que são criados em redes sociais e dos golpes do pix praticados pela internet sobre o setor de gastronomia e entretenimento. Estes tipos de crimes têm gerado importunações e prejuízos aos consumidores que podem ter suas redes sociais e telefones clonados e também aos donos dos estabelecimentos, que estão tendo que demandar esforços permanentes em divulgação e orientação para evitar que os clientes caiam em armadilhas digitais.
“Infelizmente vivemos hoje, não só em Curitiba, mas acredito que em todo país essa modalidade criminosa de hackear até esses tais de ‘estalker’ que ficam seguindo as pessoas sem elas perceberem e principalmente roubar páginas comerciais oficiais dos estabelecimentos”, comentou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar, entidade filiada a Confederação Nacional de Turismo (CNTur). “Temos sofrido muito com isso, não só nessa questão, mas também em outros golpes. A tecnologia veio para nos ajudar, mas também veio muita gente na esteira para fazer maldade”, ressaltou.
Leia também
- Tampa em copo aumenta deveres de casas noturnas e não elimina chance de contaminação, afirma Abrabar
- Abrabar e entidades de turismo lamentam reajustes que elevam custos dos empresários e colaboradores
O procedimento dos golpistas é praticamente o mesmo em diversos casos. Os criminosos primeiro criam um perfil falso utilizando um nome parecido com o da empresa verdadeira, geralmente acrescentando algum sinal ou letra ao nome real. Em seguida, começam a copiar imagens da página original, para conseguir iludir o público. Em alguns casos oferecem cortesias de consumação na casa em um determinado valor que pode ser revertido em pix.
Falso pagamento e golpes em série
Também oferecem promoções e sorteios falsos com a intenção de fazer o cliente clicar nos links e abrir caminho para clonagem do celular e ter acesso às informações pessoais do usuário. “Já fui vítima de falso pagamento de pix uma vez e no mesmo dia recebi três tentativas de golpe de falso pagamento de pix. Já usaram até telefone celular de gerente de bar para aplicar golpe”, conta Lucas de Carvalho Fernandes da GranPizza Express de Curitiba.
“Ou seja: o gerente nem sabia que tinha feito um pedido. E recebeu a pizza e nem sabia. Os golpistas se aproveitam da honestidade dos estabelecimentos ou da falta de experiência dos atendentes”. Lucas informa que, como consequência destes crimes, o estabelecimento só aceita pagamento via pix e só faz o pedido (“ou seja: faz a pizza”), após o dinheiro estar na conta.
“Tem golpista que é tão cara de pau que faz o pedido, manda o comprovante e logo em seguida pede para cancelar o pedido. E pede para que o restaurante faça o estorno do pix. Sendo que o dinheiro nem na conta do restaurante está, obviamente que é porque é um golpe. Nunca iria ter pagamento mesmo. Mas os golpistas estão muito ligeiros”, completou o associado da Abrabar.
Atenção redobrada
Para conter este tipo de ação, reforça a entidade, é preciso o envolvimento de todos – empreendedores, colaboradores e clientes denunciando ofertas de facilidades financeiras, além das plataformas digitais. “Importante ressaltar ao cliente e consumidores que ele é vítima duas vezes ou enganado duas vezes, além de não ganhar a promoção, perde dinheiro e ainda sua conta pessoal da rede social”, diz Fábio Aguayo.
“Um baita prejuízo por verificar adequadamente a página oficial ou buscar mais informações verídicas. Nossa entidade vai lançar uma campanha nesse sentido até que os selos verificadores sejam consolidados e popularizados nas plataformas e pelos estabelecimentos”, completou o presidente da Abrabar, em referência aos selos adotados pelas redes sociais da META.
A orientação da Abrabar é para os donos dos estabelecimentos registrarem Boletim de Ocorrência no Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Policia Civil do Paraná e divulgar orientações para alertar os clientes por meio de suas redes sociais verdadeiras.