Abrabar repudia as abordagens policiais com truculência contra empreendedores de Curitiba

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Desde o início da pandemia, mais de 14 mil estabelecimentos comerciais fecharam as portas devido aos decretos municipais

A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) repudia as abordagens policiais o setor da gastronomia e do entretenimento em Curitiba. Na última semana, agentes da Ações de Fiscalização Integradas (Aifu) utilizaram spray de gás de pimenta, ameaças e chutes na porta para forçar a entrada em um estabelecimento. Em uma praça da capital, vereador foi arrastado por policiais enquanto jogava basquete com amigos.

Ambas as situações, registradas em vídeos, viralizaram na internet. “Vemos uma relação muito estreita entre estas duas ações. A polícia em Curitiba está abusando do poder e está mal preparada para as abordagens, especialmente nos direitos fundamentais e como a livre iniciativa, direito a propriedade e racismo”, ressaltou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar.

“Empresários são tratados como bandidos em Curitiba! Imagens que chocam e nos fazem questionar a Prefeitura. Por que isso?”, com esta chamada, vereadora Flávia Francischini publicou vídeo do momento em que agentes da Aifu chegam a um estabelecimento no Shopping Houer. A peça foi denominada “O Exterminador de CNPJs”, em referência a um personagem famoso do cinema.

“Quero compartilhar com vocês uma situação que me causou indignação que acredito também vai deixá-los estarrecidos”, disse a parlamentar. O caso, envolvendo o Homem de Lata, no Shopping Hauer, ocorreu há duas semanas, quando Curitiba ainda estava na bandeira Laranja. Os proprietários estavam no local quando foram surpreendidos pelos agentes da Aifu.

As imagens são chocantes e revoltantes e Curitiba, a gente sabe que não é assim, ressaltou Flávia. “Nós estamos numa pandemia, um período muito difícil para todos, mais ainda para aqueles setores que há um ano e meio vivem diarimente a incerteza do amanhã e a angústia de não poder exercer suas atividades, de poder pagar as contas e a difícil missão de demitir seus funcionários”, disse.

Descaso

O vídeo, na avaliação dela, mostra como a administração municipal trata quem gera emprego e renda em Curitiba. “Como o prefeito transformou a Aifu numa polícia política para tratar comerciantes como bandidos? Conhecemos o perfil, reconhecemos e aplaudimos o trabalho destes agentes da lei, do orgulho que sentem vestindo suas fardas”.

“Sabemos que eles estão cumprindo ordens”, destacou Flávia Francischini ao falar dos policiais militares e guardas municipais. A vereadora concluiu informando que os empreendedores estavam encaixotando objetos frustrados com o fim de um sonho e nenhum cliente foi encontrado lá dentro. “E eles foram ainda presos por desacato à autoridade”.

Desde o início da pandemia, a Abrabar vem denunciando os abusos cometidos pelos agentes da Aifu, amparados em decretos municipais para contenção da pandemia da covid-19. A entidade classista já obteve vitórias na Justiça, mas as arbitrariedades continuam a serem registradas na capital.

Racismo

Ainda na última semana, policiais prenderam com truculência o vereador Renato Freira, no momento em que jogava basquete na Praça 29 de Março em Curitiba. A abordagem policial, registrada em vídeo, ganhou repercussão nas redes sociais.

A vereadora Professora Josete afirmou que a prisão do colega parlamentar foi fruto de uma abordagem inadequada e que houve cunho racista. “A abordagem foi inadequada. É algo histórico no Brasil. Infelizmente, a forma de abordagem com jovens negros é diferente da de jovens de classe média e brancos”, disse.

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