Abrabar e Sindiprom se posicionam contrário ao PL que restringe eventos com ruídos sonoros em Curitiba

Iniciativa vai contra as atividades que geram emprego, renda e arrecadação de impostos para os cofres públicos do município, afirmam as entidades
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Milhares de fãs apaixonados vibraram com apresentação de carros na Red Bull Showrun no Centro Cívico de Curitiba (Foto: Jonathan Campos/AEN)

A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e o Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos (Sindiprom) são contrárias um projeto de lei que tramita na Câmara Municipal de Curitiba, para restringir eventos com ruídos sonoros na região central de Curitiba. O autor da proposta, vereador Eder Borges (PL), justificou dizendo que busca garantir o sossego de moradores, sem levar em consideração a ocupação saudável dos espaços e a geração de emprego, renda e arrecadação de impostos a partir das atividades relacionadas à gastronomia, lazer, turismo e entretenimento.

“A Abrabar e o Sindiprom são totalmente contra este projeto, até porque não é todo dia que tem eventos no centro da cidade, que hoje está viva, pulsante. Estamos gerando emprego, renda, impostos”, afirmou Fábio Aguayo, presidente da Abrabar e do Sindiprom. “O salário do parlamentar é pago pelos impostos que geramos, e acha que vem de onde este salário? Até nos assusta um vereador, que tem a bandeira da liberdade econômica, ser um vereador liberal, querendo restringir a livre iniciativa”, ressaltou.

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A iniciativa do vereador, que invoca a Lei de Contrravenções Penais, vai contra promoções que levaram milhares de pessoas, moradores e turistas às regiões centrais de Curitiba, como o Red Bull Showrun, no Centro Cívico, lembram as entidades. “É óbvio que tudo tem uma responsabilidade social, e uma responsabilidade sustentável. Tudo o que é programado dentro da cidade tem os efeitos colaterais, mas isto não é cotidiano, não é toda hora que acontece, temos as datas específicas”.

Se restringir no Rio e São Paulo?

Aguayo buscou nos exemplos no Rio de Janeiro e São Paulo. “Imagine restringir tudo isto nestas cidades. Como é que vai gerar empregos? Como vai se desenvolver se estamos brigando para que o centro de Curitiba seja reocupado, tomado novamente pelas famílias, além de soluções viáveis para a volta do aquecimento comercial e das pessoas a ocuparem o centro, para não deixar como está hoje”.

“Vemos tantas pessoas em situação de rua, imóveis degradados, mocós (esconderijo de bandidos). Estamos lutando para resgatar o centro da cidade e acreditamos que esta proposta não vai passar, porque não condiz com a realidade”, frisou o líder classista. A Abrabar e o Sindiprom lembra que existem espaços adequados para fazer alguns eventos, o que demonstra que os realizados são excepcionalidades que acontecem no centro de Curitiba.

Nova dinâmica

“Temos que entender que a cidade cresceu, somos uma metrópole”, disse ele, lembrando que Curitiba tem quase 2 milhões de habitantes, somando a região metropolitana passamos de 3,6 milhões. “Tem os espaços nos entornos da grande Curitiba, quem quiser fazer um evento lá, as dificuldades começam na retirada do alvará, que também não é fácil. Em função disto, a Abrabar e o Sindiprom são contra este projeto, e entendemos que os vereadores vão arquivar”. 

“E, se for aprovado, temos certeza que o prefeito (Eduardo Pimentel) vai vetar, porque é contra Curitiba e o turismo , que só nos primeiros meses do ano recebeu milhares e milhares de turistas que geraram negócios, arrecadação e acima de tudo, colocou a cidade no mapa do mundo”.

Fábio Aguayo concluiu lembrando que Curitiba já está barulhenta. “E estes eventos são excepcionalidades, não é toda hora que acontece. Temos que pensar como um todo. Assim, nenhuma cidade poderia ter eventos. Por isto existem as janelas e paredes anti ruído. Tecnologia é para isso, conciliar o momento atual com perturbação sonora”.

@fozdiario

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