Parece uma daquelas situações absurdas que lidamos em tempos de autoritarismo, mas aconteceu nesta segunda-feira (27). O jornalista e Secretário Geral do Sindijor Norte PR, José Maschio, teve de comparecer ao 5º Distrito Policial de Londrina para prestar esclarecimentos sobre uma publicação que fez no dia 11 de setembro.
Nas redes sociais, Maschio denunciou a participação da juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina, Isabelle Papafanurakis Ferreira Noronha nas manifestações de 7 de setembro, que tinham pautas antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Contrariada por ter sido descoberta, a juíza fez um Boletim de Ocorrência e representou contra o jornalista, que teve que prestar esclarecimentos. Uma fotografia mostrava a juíza com outras pessoas em um hotel, na capital paulista. Ela vestia verde e amarelo, inclusive uma peruca com as cores da bandeira nacional, e uma das pessoas que acompanhava a magistrada segurava uma faixa com os dizeres “Supremo é o povo”.
Como se não fosse um absurdo juízes fazerem parte desse tipo de manifestação, agora ela ataca o jornalista e se diz vítima de calúnia. Após voltar da delegacia, Maschio fez uma nova publicação contando da intimação.
Sem qualquer preocupação com a verdade, a magistrada quer também que o conteúdo seja retirado e o jornalista, que nada mais fez que se ater aos fatos, se retrate “em todos os meios de comunicação em que a informação falsa foi indevidamente veiculada”.
O Sindijor Norte PR, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor PR) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) prestam toda a solidariedade e apoio ao sindicalista. “Ela não diz que não é ela. Ela diz que estava lá como cidadã e não como juíza. Ora, o juiz nunca deixa de ser cidadão. O cidadão ocasionalmente pode ser juiz, mas o juiz não pode deixar de ser cidadão”, diz o advogado de Maschio, João Gomes.
Os Sindicatos e a FENAJ repudiam as atitudes autoritárias da juíza que, ao participar das manifestações, descumpre normas e apoia medidas que afrontam a Constituição. Calar a imprensa é uma artimanha usada por aqueles que querem encobrir a verdade.
As informações são de Jornalistas Norte Paraná