Um dia após as cenas de manifestantes bolsonaristas radicais praticarem atos de terrorismo invadindo e depredando as sedes dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) na Esplanada dos Ministérios em Brasília, a maioria das autoridades de Foz do Iguaçu e do Paraná se manifestou condenando o vandalismo fartamente registrados pelos militantes, imprensa e câmeras de monitoramento dos prédios públicos da capital. É preciso agir com o rigor da lei contra os praticantes do vandalismo, defenderam.
Destaca o GDia que os atos de terrorismo em Brasília tiveram início logo após a hora do almoço, durante uma caminhada dos manifestantes bolsonaristas, que há mais de dois meses estavam acampados em frente aos quartéis por não aceitarem o resultado das eleições de 30 de outubro do ano passado, com a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O grupo, ao chegar em frente ao Congresso Nacional, rompeu a barreira de policiais provocando grandes danos aos móveis e obras de arte do acervo dos prédios, incluindo Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
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O governador Ratinho Junior (PSD) se manifestou em nota distribuída pela Agência Estadual de Notícias. “O Estado do Paraná repudia os atos ocorridos neste domingo (8), em Brasília. Ações desta natureza são inadmissíveis e atentam contra a democracia e o estado de direito. Somos a favor da paz e do respeito. O Paraná se coloca à disposição do Ministério da Justiça para auxiliar no que for preciso e contribuir para a rápida retomada da ordem e da paz na capital federal”, afirmou.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD), também condenou os atos de terrorismo e de vandalismo provocados pelos manifestantes extremistas em Brasília. “Qualquer ato violento que atente contra instituições públicas, tem que ser punido duramente. Ato Terrorista não pode ser tratado como liberdade de expressão. O Brasil vencerá!”, concluiu Chico Brasileiro perfis nas redes socias.
Senado
O senador Alvaro Dias (Podemos) disse que a “maioria do povo repudia com vigor o vandalismo, o terrorismo e a baderna patrocinadas por quem não aceita o resultado das urnas. Esse radicalismo criminoso afronta a soberania popular e a democracia, e responsáveis por essa barbárie precisam ser exemplarmente punidos”.
O senador Flávio Arns (Podemos) repudiou, “com a máxima energia, os atos de vandalismo. O Brasil assiste estarrecido a um severo ataque contra nossa democracia, que não pode passar impune”, afirmou. Arns informou que assinou requerimento para instrução de uma CPI no Senado para “apurar responsabilidades pelos atos antidemocráticos e criminosos praticados por terroristas e seus financiadores” contra o Congresso, STF e Palácio do Planalto.
O senador eleito Sergio Moro (União Brasil) disse que os protestos tem que ser pacíficos. “Invasões de prédios públicos e depredação não são respostas”, ressaltou Moro. Que completou: “A oposição precisa ser feita de maneira democrática, respeitando a lei e as instituições. Os invasores precisam se retirar dos prédios públicos antes que a situação se agrave”.
O senador Oriovisto Guimarães, como líder do Podemos, repudiou em nome do partido a violência e a baderna dos atos golpistas. “O patrimônio público pertence a todos os brasileiros e não pode ser desrespeitado e dilapidado, em hipótese alguma, pelos que não concordam com o resultado das urnas”, disse.
Deputados por Foz
O deputado federal Vermelho (PL), de Foz do Iguaçu, também repudiou os atos de vandalismo praticados na Praça dos Três Poderes, em Brasília. “A livre manifestação é um direto constitucional, desde que exercida com respeito as leis e a Constituição (Federal). Lamentamos e repudiamos os atos de vandalismo ocorridos neste domingo em Brasília”, disse Vermelho em seu perfil no Twitter.
O também deputado federal iguaçuense, Fernando Giacobo, presidente estadual do PL, defendeu que atos pacíficos devem ser respeitados, mas com invasões e vandalismo condenados. De acordo com ele, é preciso repudiar as ações de depredação patrimônio público. O parlamentar esclarece que o PL e o ex-presidente Jair Bolsonaro não compactuam com este tipo de ação.
Atos terroristas em Brasília esvazia acampamento em Foz
A repercussão negativa dos atos terroristas praticados por manifestantes radicais contra os três poderes em Brasília, refletiu no acampamento em Foz do Iguaçu. Desde o início de novembro do ano passado, bolsonaristas se concentraram em um trecho da Avenida República Argentina e início da Avenida Brasil, em frente ao batalhão do Exército, por não aceitar a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No domingo (8), quem passou pelo local notou a presença de aproximadamente 80 militantes com bandeiras ou sentados em cadeiras de praia sobre a calçada. Todos estavam uniformizados com camisa da Seleção Brasileira de futebol. Logo após os atos em Brasília, um grupo tentou fechar o trânsito da BR-277, no bairro Três Lagoas, mas não obteve êxito devido a pouca adesão e a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Na manhã desta segunda-feira (9), quem passou pelo local do acampamento praticamente não encontrou nenhum bolsonarista como ocorrida há mais de dois meses. “Fui dar uma volta lá, fazer fotos, e só encontrei uma mulher com uma bandeira do Brasil”, contou o jornalista Gustavo Aquino.